32 anos do assassinato de Paulo Porto: Um caso marcado pela violência e impunidade

By | 08/12/2024 2:38 pm

Caso completa 32 anos neste sábado, dia 07 de dezembro.

(Felipe Vilar, em Patos Online, com recortes do acervo Patos em Revista, em 07/12/2024)
Foto: reprodução
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O assassinato do radialista e vereador eleito Paulo Ayres Porto, ocorrido em 7 de dezembro de 1992, completa 32 anos neste sábado (07). O crime brutal, que também vitimou a empresária Alba Liene Pereira Viana, chocou a população de Patos, no Sertão da Paraíba, e permanece como um dos episódios mais violentos e controversos da história da cidade. A investigação, marcada por polêmicas e entraves judiciais, nunca conseguiu responsabilizar de forma definitiva os culpados, deixando uma ferida aberta na memória coletiva da população.

Paulo Porto, então com 34 anos, era um radialista de renome e recém-eleito vereador pelo Partido Democrático Brasileiro (PDB). Na noite de seu desaparecimento, foi visto pela última vez acompanhado de Alba Liene, uma empresária viúva de 26 anos. Ambos se dirigiam a uma seresta no município de São Mamede em uma pick-up Ford Pampa. Na manhã seguinte, o veículo foi encontrado abandonado no município de Quixaba, a oito quilômetros de Patos. Os corpos de Paulo e Alba foram localizados em uma vala próxima ao Aeroporto Brigadeiro Firmino Ayres, com as mãos amarradas e as cabeças esmagadas por golpes de pedras e paus.

A brutalidade do crime causou revolta. Cerca de 10 mil pessoas participaram do velório e sepultamento de Paulo Porto, que se tornou um símbolo da luta por justiça na cidade.

O intrigante contexto político e social

Diversas teorias surgiram sobre a motivação do crime: seria um crime político, dado o recente ingresso de Paulo na vida pública? Um acerto de contas? Ou um ato de pura perversidade? As investigações iniciais enfrentaram resistência, apontando para a possível existência de forças interessadas em dificultar a elucidação do caso.

Dois meses após a entrada da Polícia Federal no caso, foram presos preventivamente Maria Jeane Calixto, suplente de vereadora beneficiada pela morte de Paulo Porto, e seu irmão, Francisco Antenor Gonçalves, acusados de serem os mandantes do duplo homicídio. A autoria material foi atribuída a policiais militares, mas a falta de provas contundentes resultou na absolvição dos acusados em um julgamento marcado por polêmicas e adiamentos.

O julgamento ocorreu em setembro de 1995, no Primeiro Tribunal da Capital, em João Pessoa, após um pedido de desaforamento devido à alegação de parcialidade na comarca de Patos. Após 20 horas de trabalhos, Jeane Calixto e Francisco Antenor foram absolvidos por cinco votos a dois. O Ministério Público recorreu, mas a apelação foi negada pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Apesar da absolvição, Jeane Calixto viu sua carreira política arruinada e publicou um livro, “A Face Oculta da Justiça”, no qual narra sua versão dos fatos. Os executores do crime nunca foram identificados ou punidos, reforçando a sensação de impunidade.

Um legado de dor e luta por Justiça

Paulo Porto deixou esposa, Maria Gorete, e duas filhas, Tâmara e Tayse, além de um legado como defensor da comunicação e da representatividade das pessoas com deficiência. Sua frase, proferida durante a campanha eleitoral – “Quem disse que aleijado não pode usar paletó se enganou redondamente” – tornou-se um símbolo de resistência e superação.

O caso, envolto em mistérios e manobras judiciais, segue como um marco da luta por justiça e transparência em Patos. O nome de Paulo Porto continua sendo lembrado como um ícone da comunicação e da política local, vítima de um crime cuja violência permanece incompreensível e cuja resolução ainda é esperada por sua família e pela sociedade patoense.

Relembre abaixo a sua voz inconfundível:

 

Por Patos Online

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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