A pacífica João Pessoa está virando uma prisão

By | 13/12/2024 7:00 am

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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 13/12//2024.

Quando viemos morar em João Pessoa, há quase trinta anos, João Pessoa era uma espécie de paraíso. Pouco diferia da nossa Patos em termos de tranquilidade. Morando em Tambaú, eu saía de casa, tranquilamente, a qualquer hora, a pé, sem nenhum temor.

Inicialmente morei num prédio cuja lateral ficava na Epitácio Pessoa, depois comprei um apartamento a cem metros da Ruy Carneiro. Quando estava em João Pessoa saía de casa a pé para caminhar na praia.

Há uns sete ou oito anos, fui assaltado na calçada do meu prédio, a cinquenta metros da Avenida Nego. Pouco tempo depois, Arlene sofreu uma tentativa de assalto, na calçada do prédio onde morava minha sogra, a menos de cinquenta metros da Epitácio Pessoa. Há cerca de um ano, Arlene teve a bolsa com celular tomada, a vinte metros da praia.

Na sexta-feira passada à noite, enquanto jogávamos uma canastrazinha, na varanda do meu apartamento, vimos um cidadão ser assaltado por dois motoqueiros, no outro lado da rua.

No sábado seguinte à noite, vimos começar uma festa num prédio que fica numa esquina em diagonal com o nosso. Arlene fez a previsão corriqueira. “Vamos ter assalto por aqui esta noite”. É muito comum os assaltos na frente de prédios onde se realizam festas.

Não sabíamos que na outra esquina do nosso quarteirão, um grupo de médicos estava promovendo uma confraternização de fim de ano. Lá para o final da noite, nosso filho, nos contou que um colega seu quase fora assaltado, numa festa na minha rua.

Deixara o filho e o seu automóvel num prédio onde moravam os seus sogros, a três ou quatro prédios de distância, e saira pela calçada. Neste momento, vindo pela contra-mão, uns motoqueiros encostaram na calçada, Como era um “modus operandi” já conhecido pela vinda na contra-mão, desconfiou de que se tratava de um assalto. Para sorte sua, o prédio na frente do qual passavam abriu o portão da garagem e eles entraram correndo e um dos bandidos correu para pegá-los, mas não conseguiu alcançá-los. Depois, a quase vítima conseguiu chegar na festa, acompanhado por um vigia e um dos moradores do prédio.

Hoje, em dia, em certos setores da cidade, se alguém precisa sair de casa, mesmo durante o dia, é aconselhável se despojar de qualquer acessório, principalmente celular, relógio/s e carteira. Eu mesmo, em plena Tambaú, nunca saio à noite, e durante o dia, se vou andar a pé, por curto que seja o trajeto, eu deixo quase tudo em casa. Se vou fazer uma compra pequena, levo dinheiro em espécie ou um único cartão de débito.

A maior prova da insegurança é a presença de grades até nas portas e janelas, em alguns bairros, e a existência de residências em inúmeros condominios fechados.

Eu sei que em Patos, está ficando meio perigoso também, com assaltos até no centro da cidade.   Praticamente não saio de casa à noite. Mas à vista de João Pessoa e Campina Grande, ainda estamos em um lugar relativamente tranquilo, com exceção de certos bairros de periferia, por conta do tráfico e das facções.

A polícia tem feito o possível para melhorar as condições de segurança da cidade e esperarmos que o anunciado reforço nos dê mais tranquilidade.

E a população, mais do que nunca, tem obrigação de ajudar a polícia com as informações que tiver sobre qualquer crime que aconteça.

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Category: Blog Meus escritos

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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