(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 16/12//2024)
A semana passada comentamos aqui o importante que foi para a saúde da Paraíba a criação da PB Saúde e a repercussão que vem tendo a fundação nas administrações do Hospital Edson Ramalho, na capital, no Hospital Metropolitano, em Santa Rita, e nas Hemodinâmicas do Hospital de Traumas de Campina Grande e do Regional de Patos.
Em comentários nossos, temos chamado a atenção para a importância específica da Hemodinâmica do Regional de Patos, para os pacientes do Sertão paraíbano, que em muitos casos, garantiram até a sua sobrevida por serem atendidos mais rapidamente do que o seriam, se tivessem que ser levados até Campina Grande. São cento e setenta e oito quilômetros a menos, o que pode representar a salvação de muitos.
E esta maior proximidade do atendimento já beneficiou cerca de três mil pacientes, em dois anos de funcionamento da Hemodinâmica no Regional de Patos, segundo se divulgou recentemente.
Durante a semana passada, quando fomos a Patos, entretando, tivemos notícia de que o excelente serviço prestado pela Hemodinâmica de Patos estaria sendo sabotado, pelo serviço de regulação dos atendimentos, feita aqui mesmo na cidade de Patos. Segundo a denúncia, muitos casos que poderiam ser resolvidos em Patos estariam sendo “regulados” para Campina Grande. Mais de uma pessoa me confirmou a informação, dizendo que ao reclamar teriam tentado justificar, alegando que a concessão de férias de alguns profissionais locais teria sobrecarregado o atendimento, o que foi desmentido por profissionais que trabalham na cidade.
A explicação para o que consideramos uma sabotagem do excelente serviço da Hemodinâmica do Regional seria o fato de que estes três mil atendimentos feitos em Patos tinham diminuído o movimento da Hemodinâmica do Traumas de Campina Grande, o que poderia implicar em redução do quadro profissional daquela cidade. E que os cardiologistas locais, principalmente, é que estavam reclamando.
Para os senhores verem a gravidade da denúncia, já pensou se eu, um dos senhores ou um parente nosso, terminar falecendo ou tendo sérias sequelas, por ter demorado a ser atendido, enquanto era deslocado para Campina Grande, sem necessidade?
Um dos denunciantes me revelou que teve que recorrer a um político para que um parente seu fosse atendido em Patos e não levado para Campina Grande, como pretendia o serviço de regulação. Que quando reclamou do fato lhe deram a desculpa de que o serviço local estava sobrecarregado, o que foi desmentido sob sigilo por um dos médicos da Hemodinâmica de Patos.
Está aí um relato do fato, baseado em várias denúncias e confirmado por uma fonte que me merece toda credibilidade. Nós sabemos inclusive o nome do responsável pela sabotagem, uma pessoa que não tem um mínimo de compromisso com a população sertaneja. Esperamos que as lideranças políticas ligadas ao Governo do Estado exijam providências para que fatos desta natureza não voltem a acontecer, numa das áreas em que administração atual tem sido mais exitosa, que é a implantação da Fundação de Saúde PB Saúde, para a Saúde da Paraíba. Será que vão sabotar também o Hospital de Traumas do Sertão, para não prejudicar o Traumas de Campina Grande?