Editorial – Olá ouvintes do Notícias da Manhã.
Vocês já ouviram falar sobre oligarquia. No cenário político brasileiro é comum ouvirnos a história de famílias que transformaram a política em um verdadeiro negócio hereditário. Um comportamento no mínimo inaceitável em uma democracia que deveria priorizar a representatividade e a renovação.
Hoje trazemos à reflexão o caso de uma família tradicional que domina a polícia a política patoense há décadas. A matriarca, deputada estadual por seis mandatos, e um de prefeita, construiu um verdadeiro império político herdado do marido. O neto seguindo os passos dos avós ocupa uma cadeira de deputado federal pela terceira vez e deve ser o presidente da Câmara dos Deputados em dois mil e vinte e cinco. Não batasse isso, O ex-genro foi eleito em quatro oportunidades para prefeito, acumulando ainda uma passagem como deputado estadual. E agora, numa manobra clara para perpetuar essa oligarquia, querem lançar a filha do ex-genro como candidata ao lugar da maatriarca. Que deve anunciar a sua aposentadoria política.
Essa sucessão de cargos dentro de uma mesma família, escancara uma prática que enfraquece os pilares democráticos e sufoca a renovação política. Novos nomes com ideias frescas e compromissos reais com a mudança, são sistematicamente excluídos do processo eleitoral, esmagados pelo rolo compressor, digamos assim, de grupos políticos que detêm o controle econômico, midiático e até social da região.
É triste ver uma cidade centenária, berço da educação e cultura, tolerar tão passivamente que a política seja tratada como uma herança familiar. A perpetuação dessas oligarquias impede o oxigênio necessário para a democracia pois gera desconfiança nas e afasta cidadãos comuns que poderiam trazer soluções inovadoras para os problemas que enfrentamos. Tá na hora de decidirmos sobre o que realmente queremos para o futuro político de Patos. Mais do mesmo ou a coragem de romper com um sistema que poucos em detrimento de muitos. Afinal democracia não é sobre nomes de família é sobre oportunidades iguais e escolhas livres. É preciso mais pluralidade, mais diversidade e acima de tudo mais coragem para dizer não ao domínio de grupos que só se perpetuam em benefício próprio. Aqui seguimos atentos e comprometidos em dar voz a essa reflexão.
Eu sou Misael Nóbrega e este é o Notícias da Manhã, na rádio Espinharas FM de Patos.