Ouça o áudio
(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias a Manhã, da Espinharas FM, em 18/12//2024.
Meu saudoso tio Inácio Paca, do alto dos seus quase noventa anos, me dizia que a maior tristeza da velhice era saber notícia dos parentes e amigos que haviam morrido. Próximo aos oitenta, sinto a cada dia a verdade do que ele dizia. Tenho-os perdido muitos nos ultimos anos.
Hoje acordei com a notícia de mais um amigo que se foi. Não foi mais surpresa, por que elepassou entre a vida e a morte quase cinquenta dias, no Hospital da UNIMED, nesta capital. Uma simples troca de válvula cardíaca, foi seguida por uma série de agravos, talvez o pior deles uma infecção hospitalar. Deu entrada várias vezes na UTI, entremeadas por períodos em apartamentos do hospital. Meu cunhado Aldo, casado com uma sobrinha dele, era dele quem me transmitia diariamente os boletins sobre seu estado de saúde.
Nesta terça-feira, 17/12, fui acordado com a notícia de que meu velho amigo Sebastião dos Santos Lima (Sebastião da Casa do Fazendeiro), finalmente descansara dos sofrimentos que o acompanharam nos últimos dias.
Nascido e criado ali no Santo Antônio, região onde nasci e me criei, Sebastião era conhecido meu desde a adolescência e seu irmão Manoel foi dos meus amigos mais próximos, na época. A casa de residência de família é no mesmo local onde moraram seus pais e criaram ali todos os filhos, metade dos quais já se foram. Além de Sebastião, os irmãos Edivaldo, Geraldo e Maroquinha. Remanescem Manoel, Zezito, Nenzinha e Marieta.
Sebastião instalou, ao que me lembre, o primeiro estabelecimento dedicado à agricultura e à pecuária, a sua Casa do Fazendeiro. Ficava na atual Avenida Pedro Firmino, vizinho ao escritório do Dr. Romero Nóbrega, hoje do meu amigo Raimundinho Nóbrega. Depois é que Sebastião se mudou para o endereço de muitos anos, até hoje, na rua Leôncio Wanderley.
Sebastião já tinha afinidade com a agricultura, mas não entendia de veterinária, assunto de que se ocupava seu parceiro Chico Veterinário. Com Chico e com balcão ele aprendeu e se tornou um dos melhores veterinários leigos de Patos. Ninguém saía de lá sem o resultado de uma consulta. Na Francisco Mascarenhas, formou-se em Geografia, terminando na mesma turma de minha esposa Arlene.
Com o sucesso do empreendimento comercial, terminou fazendeiro e grande liderança na categoria, tendo sido por muito tempo presidente do Sindicato Rural, que comandou com muita competência, seguindo o exemplo do saudoso Raimundo Gomes. Terminou, nesta área, sendo Secretário de Agricultura do Município, no que também foi bem sucedido pela sua facilidade de comunicação.
Sebastião fez muitos amigos, na política, no comércio e na sociedade em geral, pela sua capacidade de comunicação e seu bom humor. Era do circulo mais próximo do atual prefeito Nabor Wanderley, do que se aproveitava para atender às necessidades de seus muitos amigos. Abriu mão de funções políticas, mais recentemente, para se dedicar com mais descanso à familia, ao comércio e à sua fazenda.
Toda a cidade acompanhou o seu calvário e sentiu seu desenlace. Daqui as nossas condolências a dona Maria Analeide Ferreira, minha ex-aluna quando adolescente, e aos filhos Wesley e Wyslanna, além dos irmãos sobreviventes e a todos os demais familiares e amigos. Morto aos 75 anos, Sebastião deixa uma grande lacuna na nossa comunidade. Que descanse em paz.