(Blog do Jordan Bezerra, em 03/01/2025)
O prefeito de Patos, Nabor Wanderley, enfrenta uma complexa articulação política para acomodar os suplentes que pressionam por vagas na Câmara Municipal de Patos, a Casa Juvenal Lúcio de Sousa. Segundo análise do jornalista Jamerson Ferreira, da Rádio Universidade FM, o cenário tem se mostrado desafiador, com múltiplos interesses em jogo.
A primeira vaga aberta, com a saída de Sales Júnior para assumir a chefia de gabinete do prefeito, será ocupada em fevereiro por Galeguinho da Van, o primeiro suplente do Republicanos. Já a segunda vaga deve gerar mais dificuldades. A bola da vez seria Ítalo Gomes, também do Republicanos, que estava cotado para assumir a Secretaria de Articulação Política, mas deu sinais de que não deseja o cargo. Gomes, atualmente primeiro vice-presidente da Câmara, pode até renunciar ao posto, mas sua relutância indica que prefere permanecer onde está. Caso Ítalo resolva aceitar o convite de Nabor, quem assumiria a vaga na Câmara seria a Dra. Perla, ligada ao grupo político dos Umberto, cuja base eleitoral, segundo Jamerson, é considerada limitada.
A situação é ainda mais delicada devido à influência de lideranças regionais, como o prefeito de São Mamede, Chaguinha, que possui alianças diferentes e pode impactar as decisões do grupo. Outros suplentes aguardam na expectativa. Ferré Maxixe, por exemplo, estaria satisfeito com uma indicação para a Secretaria de Agricultura, mas até agora o prefeito não sinalizou essa possibilidade. Já Damião da STTRANS, segundo o jornalista, foi “escanteado” após ter sido convencido a concorrer em Patos, onde a disputa foi mais acirrada.
A pressão também vem do PSB, com a suplente Nega Fofa esperando por uma oportunidade. Para isso, seria necessário que Willian da Farmácia, vereador titular, fosse chamado para ocupar uma secretaria, abrindo vaga para ela na Câmara. Três pastas ainda estão sem titulares: Agricultura, Articulação Política e Meio Ambiente, o que aumenta as expectativas dos suplentes.
Até o momento, Nabor não deu sinais claros sobre como pretende resolver o impasse, mas a situação revela a complexidade das articulações políticas locais e a disputa acirrada por espaços no governo municipal.
Comentário nosso – A situação dos vereadores cotados para assumir secretarias é muito sensível. Com exceção de Ferré cujo investimento não foi tão grande, é tanto que não chegou lá, os demais gastaram verdadeiras fortunas e vão pensar duas vezes. Vale a pena assumir uma secretaria de poucos recursos para se ressarcir das despesas da campanha eleitoral, sem ganhar protagonismo suficiente para gastar menos naa próxima campanha? O prefeito pode entender que o vereador está satisfeito e não lhe oferecer outras compensações. Enquanto quem ficar no exercício do mandato sempre vai ter oportunidades de negociar, a cada votação importante, em que pese o fato de Nabor ter uma maioria esmagadora. Mas é para isso que serve o “corpo mole”. A ameaça de uma debandada sempre surte efeito. (LGLM)