Dino suspende emendas a ONGs que não cumprem regras de transparência (confira comentário nosso)

By | 05/01/2025 8:09 am

(Gazeta do Povo, em 03/01/2025)

 

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou a suspensão imediata de repasses de emendas a organizações não governamentais (ONGs) que não cumprem regras de transparência sobre a destinação do dinheiro.

A decisão foi assinada na tarde desta sexta-feira (3) e ocorre após a Controladoria-Geral da União (CGU) apontar falhas na divulgação de informações de metade das 26 entidades fiscalizadas. A auditoria foi encaminhada a Dino, ministro relator das ações envolvendo emendas parlamentares.

De 676 organizações sem fins lucrativos, a CGU analisou as 26 que receberam os maiores valores entre 2 e 21 de dezembro de 2024. Segundo o relatório, 13 delas (50%) não fornecem transparência adequada ou não divulgam informações; 9 entidades (35%) apresentam as informações de forma incompleta, ou seja, existem dados de algumas emendas ou de apenas de anos anteriores sem a suficiente atualização.

Além disso, apenas 4 entidades (15%) promovem a transparência de forma adequada, considerando a acessibilidade, clareza, detalhamento e completude. O ministro ordenou a “suspensão imediata dos repasses às entidades que não fornecem transparência adequada ou não divulgam as informações requeridas, nos termos do Relatório da CGU”.

Dino deu prazo de 5 dias para a Advocacia-Geral da União (AGU) notificar os ministérios sobre o impedimento de novos repasses e comunicar nos autos o cumprimento da determinação.

O relator também solicitou uma nova auditoria da CGU sobre as 13 entidades que não cumpriram os critérios de transparência. O novo relatório deve ser apresentado em 60 dias corridos.

Já as 13 ONGs deverão publicar em seus sites todos os valores recebidos de emendas parlamentares, de todas as modalidades, e em que foram aplicados ou convertidos. O prazo para as entidades darem publicidade sobre a destinação das verbas é de 10 dias corridos, sob pena de suspensão de novos repasses.

O ministro também intimou a Câmara dos Deputados, o Senado e as demais partes do processo a se manifestarem sobre o relatório da CGU dentro de 10 dias úteis. Após a manifestação das partes, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá emitir um parecer sobre o caso.

Comentário nosso – Se já não há transparência nas emendas parlamentares destinadas às prefeituras, muito menos haverá nas emendas destinadas a estas ONGs, a maioria delas verdadeiras arapucas que ampliaram as antigas associações de proteção à maternidade e a infância. Nós temos em Patos, exemplos destas associações que deixaram resultados para as nossas populações. A Maternidade Peregrino Filho foi construída inicialmente com verbas destinadas por Ernani Sátyro, numa época em que política não tinha virado um negócio. O nosso hospital Infantil também foi construído com verbas de uma dessas associações. Muitas das associações de hoje, se tornaram meio de vida para muita gente esperta. Temos o caso de um patoense que não teve muita sorte com negócios, até ter a ideia de criar uma destas ongs, cuja finalidade principal é remunerar os seus dirigentes. A Controladoria Geral da União descobriu as maracutaias e Flávio Dino está tomando as providências que vão desmascarar muita gente que “tirava onda” de benfeitor social, mas servia para desvios de emendas parlamentares. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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