(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no blog Polêmica Patos, em xx/01//2025
Outro dia fiquei escandalizado com uma declaração da presidente da Câmara de Vereadores de Patos, registrada pelo Patos Online. Segundo ela “Legislativo continuará dando suporte ao prefeito Nabor Wanderley (Republicanos) e sua equipe”.
Todo mundo sabe que a esmagadora maioria dos nossos vereadores são meros “puxa-sacos” do prefeito Nabor, que gastaram verdadeiras fortunas para se eleger, justamente para passarem quatro anos dependudos nas “tetas da viúva”, recuperando o dinheiro que gastaram para se eleger.
Na democracia temos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Como o município não tem Judiciário, se vale do Judiciário Estadual e Federal. Restam pois ao município dois podereso Executivo e o Legislativo, seja Prefeito e Câmara. Só que em muitas prefeituras, pelo Brasil afora, muiitas Câmaras viraram “puxadinhos” da Prefetura. E Patos chegou ao exagero de praticamente não ter uma bancada de vereadores de oposição. Na legislatiura anterior, tínhamos três ou quatro vereadores oposicionistas, agora temos apenas um. Ou seja, o prefeito pode “casar e batisar”, que ninguém vai tentar interferir na administração, apenas Josmá Oliveira.
Que todos os vereadores que se dizem situação, são meros “puxa-sacos” do Prefeito, isto ninguém ignora. Só que a Presidente da Câmara não poderia ter vindo a público fazer uma declaração deste teor. A função da Câmara de Vereadores é fiscalizar a administração pública. Se há uma bancada dita da situação, a função dela é apontar possíveis irregularidades e sugerir soluções para os problemas que a administração enfrentar. Mesmo que faça isso, no “confessonário”, ou seja, no gabinete do prefeito, numa conversa entre cavalheiros. Se por acaso, no plenário, alguém fizer alguma denúncia, o vereador de situação deve prometer uma apuração do fato e uma exigência para que o problema seja saneado, não simplesmente tentar desmentir o denunciante, a não ser que a mentira seja escandalosa.
A tribuna da Câmara foi feita para os debates entre os vereadores. A oposição denunciando e a situação defendendo e garantindo que o problema será solucionado.
Simplesmente, baixar a cabeça ou usar defesas mentirosas é coisa de “puxa-saco”, o que tem sido, infelizmente, mais comum entre nós.
Outra coisa em que a quase unanimidade prejudica o processo democrático é a falta de debates, quando se vai votar um determinado projeto. Mesmo nas casas legislativas nacionais, Câmara e Senado, são apresentados projetos com falhas que merecem ser saneadas. Por que só a administração municipal de Patos é infalível e nunca erra? Claro que a maioria dos nossos vereadores é despreparada, mas como cada um tem pelo menos cinco assessores, pagos com o dinheiro público, não é ´possível que pelo menos um deles não tenha conhecimentos suficientes para ler um projeto e dar uma opinião sobre ele. Chico Bocão era semi-analfabeto, mas nunca assinou nada sem se aconselhar com uma pessoa de sua confiança, antes de assinar um projeto ou votar nele.
A subserviência da Câmara de Vereadores ao Prefeito só demonstra que estamos mal representados, que elegemos um bando de oportunistas que só querem se “arrumar” e recuperarem as fortunas que gastaram para se eleger. Josmá OliveIra pode até ter investido uma pequena fortuna como os outros fizeram, mas nunca terá sido com a intenção de recuperar o dinheiro gasto, mas no mínimo pela intenção de prestar um serviço à cidade que o acolheu e o elegeu pela segunda vez. Todos os outros que tiveram a boa intenção de, simplesmente, trabalhar em benefício da cidade, tiverm baldados os seus esforços. Deu-se bem quem soube investir e certamente saberá como se ressarcir do dinheiro que gastou.