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Olá, ouvintes… Nem bem começou o exercício legislativo e já somos surpreendidos por manobras políticas que escancaram a inversão de prioridades na Câmara Municipal de Patos. Uma reunião informal, na última terça-feira (14), revelou os interesses de parte dos vereadores que, ao que parece, esqueceram os motivos pelos quais foram eleitos.
Entre os pontos discutidos nessa reunião, destaca-se a pressão sobre a presidente da Câmara, Tide Eduardo, para aprovar imediatamente um aumento na Verba Indenizatória de R$ 5 mil para R$ 10 mil, além da autorização de 5 assessores que cada parlamentar tem direito. A justificativa? Um familiar de vereador, que estava presente, alegou que precisa honrar compromissos financeiros assumidos durante a campanha eleitoral. Em outras palavras, os interesses particulares, inclusive os de investidores de campanha, estão sendo colocados acima das reais demandas da população.
A presidente foi enfática ao alertar que, se essas medidas fossem atendidas, o teto de gastos com pagamento de pessoal ultrapassaria os 70%, colocando as finanças públicas em risco. Mas as “sugestões” apresentadas pelos vereadores para contornar essa barreira são igualmente preocupantes: demitir contratados, suspender serviços essenciais e encerrar contratos com veículos de comunicação para a publicidade institucional.
Além disso, foi sugerido não reajustar os salários dos servidores efetivos neste ano, com o argumento de que “eles já ganham muito bem”. Um discurso que ignora o impacto da inflação no poder de compra dos trabalhadores e o direito constitucional ao reajuste salarial.
Essas propostas revelam um distanciamento alarmante da realidade. Enquanto a população enfrenta desafios diários para manter o básico, alguns de nossos representantes estão mais preocupados em aumentar benefícios próprios para suprir necessidades individuais e cobrir gastos de campanha.
A Câmara Municipal é uma casa do povo, e não um balcão de negócios pessoais. O debate deve ser sobre gestão pública com suas prioridades claras, tais como: saúde, educação, infraestrutura e valorização do servidor público, bem diferente de aumento de privilégios.
A população patoense precisa cobrar explicações sobre essa negociata o quanto antes, e exigir que esses vereadores tenham honestidade e compromisso com quem os colocou ali. Afinal, o poder emana do povo e deve ser exercido em seu benefício.
*Editorial do Jornal Noticias da Manhã, da rádio Espinharas FM de Patos, em 17 de janeiro de 2025.
Observação nossa – Observem a “a cara de pau”. Os vereadores brigam por mais dinheiro para eles, alegando a necessidade de recuperar o dinheiro que gastaram para comprar os votos que os elegeram. E sugerem que a Câmara deixe de pagar outros compromissos para atenderem a ganância deles. Durma-se com uma falta de vergonha dessas! (LGLM)