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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no blog Polêmica Patos, em xx/01//2025
Muita gente critica a imprensa indepedente quando comentamos sobre a venalidade da maioria dos nossos vereadores. Mas, todo mundo sabe que a maioria dos eleitos nos anos recentes têm gasto verdadeiras fortunas para se elegerem. E a pergunta dos que não acreditam no motivo por que eles gastam tanto dinheiro é sobre como vão conseguir recuperar o dinheiro que gastaram.
São várias as maneiras para quem gastou muito recuperar o dinheiro investido. Primeiro, sempre existiu o chamado “mensalinho”, um valor fixo que o prefeito paga aos vereadores de sua base, todo mês, para mantê-los fiéis. Ninguém prova, mas todo mundo sabe que sempre existiu. Atualmente, segundo se comenta, o mensalinho seria de oito mil reais.
Outra maneira são as “rachadinhas”, existentes em todos os níveis do Legislativo. Em toda parte, todo mundo sabe que cada vereador do partido do prefeito indica um certo número de cabos eleitorais, parentes ou amigos para cargos dentro da administração municipal. Seja como comissionado, seja como contratado. Em Patos alguns vereadores chegam a “nomear” mais de vinte indicados seus. Quando o nomeado é um parente, o dinheiro fica na família, quando não é, o nomeado destina uma parte do que recebe ao vereador que o indicou. Isto existe em toda parte.
Antes de inventarem o mensalinho, os prefeitos tinham que pagar determinado valor sempre que ia para votação um projeto de especial interesse da administração. Hoje ainda há quem cobre isso. A mesma coisa acontece quando as contas de um prefeito são submetidas à apreciação da Câmara de Vereadores, principalmente se o Tribunal de Contas tiver dado um parecer contrário.
Agora inventaram uma verba de gabinete de cinco mil reais por mês que seriam pagos a cada vereador para suas despesas de gabinete. Isto além dos vencimentos normais que são atualmente de dezessete mil reais.
Os vereadores estao achando pouco os dezessete mil de subsídios, os oito mil do “mensalinho”, uma verba de gabinete de cinco mil, além das “rachadinhas” e estão pleiteando mais cinco mil de verba de gabinete e a nomeação de mais três assessores para cada um.
Estas novas exigências teriam sido feitas em uma reunião privada entre vereadores e a presidente da Câmara, com a presença de, pelo menos, um parente de um dos vereadores.
A presidente teria argumentado que não poderia ir além do teto que a lei lhe permite comprometer das receitas da Câmara, quando lhe sugeriram um série de medidas que poderiam lhe dar uma folga, sugerido cortar gastos com a imprensa e a dispensa dos contratados.
Segundo os comentários chamou a atenção dos presentes, a estridência da defesa das novas regalias de parte de um parente de um dos novos vereadores, que teria alegado com a sua necessidade de pagar as despesas de campanha. Por coincidência, o seu candidato teria sido o campeão de gastos, pois segundo se comenta teriam investido mais de quinhentos mil reais, o que fez dele um dos mais votados.
A vantagem avassalaora na Câmara dará uma certa folga a Nabor da necessidade de comprar votos, talvez por isso esteja se voltando a pressão para a direção da Câmara de Vereadores.
Mas a cidade de Patos só se livrará deste estado de coisas, no dia em que seus eleitores voltarem a votar em prefeitos e vereadores honestos, que nem precisem comprar votos para se eleger, nem para se manterem nos cargos, cumprindo as suas respectivas missões com toda honestidade.