Decorre dessa acomodação o desaparecimento das disputas; não há oposição, pois ninguém quer perder boquinha
Esse é o tamanho do buraco. Que continuará a ser cavado. Consagrada a perenidade. Sai Alcolumbre, entra Alcolumbre. Sai Lira, entra Lira. Ainda estamos aqui. Aclamado o orçamento secreto. Reeleito o esquema de perversão das emendas.
Votação que é produto de acordo pela defesa da “prerrogativa” de o Congresso disparar obscuramente bilhões de dinheiros públicos e garantir cabresto sobre currais Brasil adentro – acordo pela manutenção da autonomia degenerada do Legislativo, fundada no controle absolutista de fundos orçamentários.
Foi em decorrência desse pacto que se uniram lulistas e bolsonaristas. Bolsonaro, empregado de Valdemar, não soltou a ordem unida por Alcolumbre e Motta em troca de apoio à agenda de anistia aos condenados do 8 de janeiro etc. Mandou que os seus lhes votassem para que o PL tenha lugar nas comissões e alguma cota no ratatá das emendas de comissão.
Ainda Hugo Ulysses Motta: “Todos passamos, mas as instituições ficam.” Todos passamos, o orçamento secreto fica. É uma instituição – a “transformação histórica” da era Lira. A cuja proteção vêm Alcolumbre e Motta. Que doravante irão, pós-Lira, conforme agendou Dino, sentar com o senador-togado por um encaminhamento que, sem ferir as vaidades, desembarace o leito de continuidade do orçamento secreto. O governo mediará a conversa. O cenário menos ruim para Lula nos próximos dois anos depende desse arranjo.
Comentário nosso – Nenhuma novidade de petistas e bolsonaristas terem se unido no apoio aos novos dirigentes do Senado e da Câmara. Estes são para eles garantias do orçamento secreto, o que prova que petistas e bolsonaristas são “farinha do mesmo saco”. São as emendas parlamentares que garantem suas eleições e suas fortunas garantidas pelo dinheiro desviado das emendas. (LGLM)