Hora do alarme (confira comentário nosso)

By | 11/02/2025 7:04 am
Imagem ex-librisUm em cada quatro municípios paulistas está em epidemia de dengue, informa o Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde. Ao longo do mês de janeiro, constatou-se um avanço perturbador do número de casos – o dobro, quando comparado a 2024, que foi disparadamente o ano mais trágico na incidência e nas mortes por dengue em todo o País. Chamou a atenção, também no Estado, o número de óbitos, tanto aqueles já confirmados como os ainda sob investigação, fechando janeiro com a marca de 45 municípios em estado de emergência. O perigo, contudo, não está restrito às divisas de São Paulo: há cenários preocupantes no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins e Paraná. Até no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde até cinco anos atrás nem sequer se falava em dengue, o vírus transmitido pelo Aedes aegypti tem circulado.

Se essas evidências não bastarem para emitir alertas, em alto e bom som, sobre a gravidade da situação em curso, seria bom pelo menos ouvir o que disse ao Estadão o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor de Medicina na Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia. “Não há dúvidas em dizer que 2025 vai ficar marcado, e não estou sendo alarmista ou pessimista. Será o pior ano de epidemia de dengue de toda a série histórica, não só no Estado de São Paulo, mas também no Brasil”, disse ele, prevendo que 2025 deve ultrapassar o ano anterior em número de casos e taxa de mortalidade. Se, portanto, 2024 foi desastroso – com mais de 6 milhões de casos e quase 6 mil vidas perdidas –, 2025 tende a ser pior, se considerarmos o ritmo deste início de ano.

Ministério da Saúde e autoridades estaduais costumam ser cautelosos ao antecipar cenários futuros e têm sido cuidadosos ao expor os prognósticos mais sombrios. Talvez cautelosos demais. Afinal, o problema existe e há condições propícias a uma maior proliferação do mosquito transmissor da dengue, entre as quais mais chuvas e temperaturas mais altas, extremos decorrentes das mudanças climáticas, além de vários sorotipos circulando simultaneamente, algo que não acontecia havia muitos anos. E o mais grave: tudo isso convivendo com “uma enorme falta de percepção de risco da população”, como lembrou o professor. Em outras palavras, anos e anos de convivência criaram uma sensação de normalidade que, neste momento, se mostra um perigo.

É preciso dizer com todas as letras: a dengue mata. E boa parte do problema está dentro de casa, com ambientes propícios à proliferação do mosquito. Há medidas corretas em curso envolvendo os governos federal, estaduais e municipais, existe tecnologia disponível para mitigar riscos e, aos poucos, a vacina deve avançar – ainda que se vejam situações de estoques guardados por baixa adesão, limites de quantidade e, portanto, uma vacinação restrita a poucas faixas da população. Enquanto isso, trabalho coletivo, informação, sensibilização e mobilização são tão necessários quanto o alerta, isto é, dizer com clareza para quem puder ouvir que o momento é grave e o risco, elevadíssimo.

Comentário nosso – Ensina a sabedoria popular que “quando vires a barba do vizinho queimar, deves cuidar de por a tua barba de molho”. São Paulo, o Estado mais rico da população, com a população mais politizada e mais educada, registra epidemia de gangue em um de cada quatro municípios, avalie quando esta epidemia chegar aos Estados pobres, onde a população é muito mais relaxada na hora de prevenir!  Temos que prevenir. Eu já tomei a minha sexta vacina e estou tomando todos os cuidados que se tomava durante a pandemia. E já estou me preparando para começar a usar máscara, em lugares de aglomeração. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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