(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, em 13/02/2025)
A morte recente do meu saudoso amigo Antônio Diógenes, oficial de Justiça da Comarca de Patos e funcionário aposentado da Banda 26 de julho, me lembrou um fato de uns trinta anos atrás.
Toinho era ouvinte assiduo da nossa REVISTA DA SEMANA e um dia me apresentou uma ideia que ajudaria a ele e outros colegas oficiais de Justiça.
Vale a pena recordar que naquela época, só Santa Terezinha e São José do Bonfim tinha acesso a Patos por estrada asfaltada. São José de Espinharas, Quixaba, Cacimba de Areia, Passagem, Areia de Baraúna e Salgadinho só tinham acesso por estradas de terra de qualidade não tão boa. Além disso o deslocamento para a zona rural era precário para toda parte.
Isso tornava muito difícil o deslocamento dos oficiais de justiça quando precisavam intimar alguém para comparecer a uma audiência ou comunicar o resultado de alguma ação, para que decidissem se recorriam ou não. E o pior é que os transportes também eram precários. Como se deslocar até o distrito de Bananeira? Quem tinha uma moto era mais fácil. E quem não tinha?
A ideia que Toinho me levou foi anunciarmos no programa do domingo pedindo que as pessoas cujo nome e endereço nós divulgávamos, procurassem a ele ou a outros colegas, durante a semana, pois tinham um assunto a tratar.
O resultado foi exitoso. Segundo Toinho, a primeira divulgação já trouxe quase todas as pessoas objeto do comunicado na segunda-feira seguinte, dia de feira, quando havia transporte certo. E daí para a frente, quase toda segunda-feria tinha presença total. Tudo funcionou bem até que uma nova juíza nomeada para a comarca tomou conhecimento da forma como as intimações funcionavam tão rapidamente.
Alegando que os oficiais tinham a obrigação de procurar os intimados pessoalmente, até por que a divulgação dos seus nomes no rádio podia lhes causar constrangimentos, a juíza proibiu a divulgação. Toinho e os colegas deploraram a decisão da juíza. E nós também obedecemos, claro.
Para nós foi uma pena, pois o rápido comparecimento da maioria dos intimados era uma prova da audiência do programa.
Por ironia do destino eu fui uma das primeiras pessoas a saber morte de Toinho. Um radialista da região onde ocorreu o óbito, ligou para Paulo Costa, presidente da AISP, pedindo para informar a familia sobre o acidente. Paulo ligou para mim e para outras pessoas até encontrar alguém que tivesse o contato da familia.
Toinho era uma pessoa de muitos amigos e muitos amores, por isso a sua morte entristeceu a todos. Daqui as nossas condolências a todos a quem queria bem, principalmente a seu filho Toni, jornalista que foi companheiro nosso, em nossa passagem pela Comunicação da Prefeitura na admininistração de Dinaldinho.