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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 18/02//2025)
Em sua última pesquisa, divulgada a semana passada, o Instituto Quaest “também avaliou a confiança em instituições. A Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas têm índices de confiança acima de 68% em todas as faixas de renda. Os militares também são vistos de forma positiva, especialmente na classe média (71%). Já o Congresso Nacional é a instituição com pior percepção: a maioria dos entrevistados não confia nele, sendo a rejeição numericamente maior entre os mais ricos (55%) e menor na classe baixa (50%)”.
Enquanto os políticos de direita vibram com pesquisas onde Lula obtém apenas 24% de confiança da população, o Quaest apura que não é só Lula que perdeu a confiança da população. Enquanto é boa a confiança nas Igrejas e no Exército, a pesquisa mostra que os políticos do Congresso Nacional também não estão em lua de mel perante a população. Lula é debitado pela situação da economia, que pode reverter, fazendo o presidente também recuperar a simpatia da população.
Mas enquanto não parece achar que os parlamentares têm culpa pela situação da economia, mostra que deputados e senadores sofrem uma rejeição maior do que cinquenta por cento de parte da população, principalmente da parte mais rica que conhece mais de perto a influência dos parlamentares na situação econômica do pais. Afinal, a roubalheira dos parlamentares, praticada através das emendas parlamentares, tira do Tesouro Nacional, bilhões de reais, que poderiam ser melhor utilizados em ações que favorecem diretamente a população. Os desvios das emendas parlamentares são um verdadeiro roubo contra a nação brasileira.
As igrejas granjeiam a confiança da população até pela fé que estas inspiram, e o indice apurado pelo instituto corresponde mais ou menos aos que frequentam e acreditam nas suas igrejas.
A confiança nas Forças Armadas é alimentada pelo posicionamento democrático que têm manifestado, principalmente no episódio recente da tentativa de golpe, que talvez não tenha se concretizado, justamente, por que os militares não aderiram a ele. Ou seja, se os militares tivessem embarcado na loucura dos bolsonaristas, provavelmente vivêssemos hoje num regime arbitrário.
Quanto a desconfiança da população no Congresso Nacional, seria auspiciosa se isso levasse a uma maior consciência do eleitor na hora de escolher os seus representantes nas eleições do ano que vem. Nada melhorará neste país se não aprendermos a votar. Se não deixarmos de colocar os interesses imediatos obtidos com a venda do voto e passarmos a pensar no que é melhor para o país como um todo. Com os políticos que estão nos representando nunca sairemos do “fundo do poço”. Aos nossos políticos só interessa aquilo que os torna mais ricos e mais poderosos e jamais aquilo que interessa à população como um todo. Enquanto estivermos fazendo o “papel de bestas” votando nos ganaciosos que só pensam em enricar às nossas custas, ocupando as funções de vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores e presidentes, o Brasil “não sairá do buraco”. Nâo vamos ter saúde, não vamos ter educação, não vamos ter segurança, não vamos ter emprego, não vamos ter transportes decentes, nem assistência social.
Eles gastam milhões para se elegerem mas recuperam muito mais do que isso, tirando do dinheiro dos nossos impostos. Eles cada vez mais ricos, nós cada vez mas pobres. Os bestas somos nós. Não podemos deixar de votar, temos que aprender a escolher.