8 DE MARÇO

By | 10/03/2025 3:06 pm

(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista, professor universitário e poeta, em 10/03/2025)

A mulher adveio do seio do mundo. Sem alarde. E se fez mistério. Ela não nasceu da costela de nenhum Adão. A mulher pariu ela mesma. Não a julguem. À ninguém foi dado esse direito. Não basta a luta em toda a sua trajetória de vida? A mulher é a própria confissão da resistência, por sua biografia: Joana D’ arc, Evita Perón, Anita Garibaldi, madre Tereza de Calcutá, irmã Dulce, Rosa Luxemburgo, Maria Quitéria, Chiquinha Gonzaga, Tarsila do Amaral, Cecília Meireles, Olga Benário, Frida Kahlo, Anayde Beiriz, Margarida Maria Alves… É, ainda, penitência; grata existência. – Por isso, destaco Nossa Senhora, Santificada e cheia de Glória, em deferência Cristã. Não havia mesmo porque se esconderem. Atribuíram métodos às suas causas, sem precisar de glamour e desafiaram o convencionalismo. Enfrentaram as sociedades machistas, escravocratas, preconceituosas e ignorantes, muito mais pela busca da verdade que pela doação de si mesmas. Elas não queriam ser mártires. Também não houve sortilégio. A experiência: um grito de dor que se transformou em amor… E que ainda ecoa. E nem mesmo mil vezes mil atos de tortura serão suficientes para amordaçá-las para sempre. Vários movimentos históricos fazem voltar nossas atenções, em cada 8 de março, como reconhecimento às mulheres que viveram e morreram empunhando a bandeira da igualdade, num obituário de intento memorial. Como se precisasse… Não menos importante é a história das mulheres nascidas na periferia da vida; e que tem a missão de continuar resistindo em sua lida diária para que compreendam que não se trata de convenção, mas de respeito… – E há uma legião silenciosa dessas mulheres simples, fortes… – E esse silêncio sustenta umas às outras. Não é sujeição, é virtude. Elas dormem à noite, cobrindo-se com o dia seguinte. A luta que travam vem pelo exemplo. E a cada hora um sem número delas vira espelhos de Cristo. Onde fica o muro das lamentações de todas as Marias do mundo? Em todos os cantos do mundo. Mas, não há choro e ranger de dentes. Pobre humanidade que teme ela mesma; como se isso não fosse perversão e vaidade. Em todas as épocas, mulheres se empenham em favor de um ideário, numa metamorfose de casulo à mariposa. (…) E, voam, insistentemente, na direção do fogo, pois esse é o preço que se paga pela liberdade.

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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