Parceria privada pode melhorar escola pública

By | 22/03/2025 5:55 am

 

STF acerta ao autorizar projeto de terceirização na rede de ensino paulista; modelo ajuda Estado a focar na aprendizagem

A imagem mostra um refeitório onde duas mulheres estão servindo comida em grandes panelas. Uma delas está usando um uniforme com um lenço de estampa de onça. Há várias pessoas na fila esperando para serem atendidas, algumas estão segurando pratos azuis. O ambiente é bem iluminado e há uma grande quantidade de pessoas visíveis ao fundo.
Alunos recebem merenda na Escola Estadual Maria José, em São Paulo (SP) – Rivaldo Gomes – 1.ago.16/Folhapress

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou a decisão correta ao suspender liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que interrompeu um amplo processo de terceirização na rede de ensino paulista.

Isso porque parceiras público-privadas (PPPs) são instrumento importante para impulsionar investimentos em um país no qual governos nas três esferas enfrentam desafios com orçamentos deficitários e engessados por gastos com pessoal e previdenciário

Tal aliança já se dá nos setores da saúde e da infraestrutura, mas ganha ares de polêmica —por corporativismo ou ideologia— na educação, como se vê no caso do projeto da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O governo paulista realizou dois leilões no final de 2024 para a construção e manutenção por parte da iniciativa privada de 33 novas escolas. Neste ano, 143 unidades já em funcionamento também terão serviços terceirizados.

As empresas investirão R$ 2,1 bilhões, e a previsão de entrega das obras é 2027. Estima-se que, em 29 cidades, as novas escolas ofertarão cerca de 35 mil vagas de tempo integral —modelo de ensino que precisa se ampliado, dado seu notório benefício à aprendizagem do alunado.

O PSOL acionou a Justiça paulista para interromper o projeto. O juiz Manuel Fonseca Pires acatou o pedido sob o argumento de que a iniciativa compromete a autonomia pedagógica e o “princípio constitucional de gestão democrática da educação pública”.

As empresas contratadas, porém, serão responsáveis apenas por obras, manutenção predial e serviços como vigilância, limpeza e alimentação. A área pedagógica continuará sob o comando da Secretaria de Educação.

Ademais, ao aceitar o recurso do governo paulista, Barroso lembrou que os serviços contemplados já são terceirizados. As PPPs só trazem mais racionalidade ao processo: “em vez de múltiplos contratos fragmentados, o modelo permitiria uma gestão integrada e de longo prazo”.

Qualquer tentativa de politizar o modelo é insensata. A lei federal que instituiu as PPPs foi sancionada em 2004 por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Belo Horizonte foi a capital pioneira no uso da parceira na educação, em 2013, durante administração do PSB.

Não se trata de algum bicho de sete cabeças. Ao direcionar obras e serviços não pedagógicos às empresas, o Estado consegue concentrar esforços na aprendizagem, cujos indicadores ainda são precários no Brasil —de modo mais preocupante na rede pública do ensino básico.

editoriais@grupofolha.com.br

 

Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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