(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista, professor universitário e poeta, em 24/03/2025)
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Tocador de áudioNo último domingo, dia 23 de março, Patos perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Damião Constante partiu após 11 anos de luta contra um câncer, mas seu legado permanece. Líder comunitário incansável, ele não precisou ocupar cargos ou ter títulos para fazer a diferença. Sua força estava na forma como vivia, na maneira como enfrentava a doença sem permitir que ela lhe roubasse a essência.
Damião era um homem preso ao corpo debilitado, mas nunca à tristeza. Em sua casa, sempre havia espaço para os amigos, para a conversa, para a música. Nos aniversários, ele se vestia com esmero, colocava o chapéu e, com grande esforço, se erguia para celebrar a vida. E como ele a celebrava! Mesmo diante da dor, escolheu viver com dignidade e alegria, como se o sofrimento fosse apenas um detalhe menor diante da grandeza de sua existência.
Não deixou filhos, mas deixou um exemplo. A comunidade do bairro da maternidade, onde viveu a vida toda, e que tanto ajudou a construir, é sua verdadeira herança. Quem teve o privilégio de conhecê-lo sabe que sua presença não será apagada com a sua partida. Há pessoas que o tempo não consegue levar, porque se tornam parte da história de um lugar e da memória de um povo.
Hoje, Patos se despede de Damião Constante, 61 anos de idade. Mas seu nome, sua força e sua maneira única de enfrentar a vida seguirão vivos. Porque há vidas que, mesmo encerradas, permanecem ensinando.
*Editorial do jornal Noticias da Manhã, da radio Espinharas FM de Patos, em 24 de março de 2025, Damião Constante