Enterro do papa Francisco: mais de 250 mil pessoas participam da cerimônia

By | 26/04/2025 11:02 am

Cerimônia começou na Praça de São Pedro e foi encerrada na Basílica de Santa Maria Maggiore, com o sepultamento sem a presença de fiéis

 

(Luisa Laval, no Estsadão, 26/04/2025)

Mais de 250 mil pessoas participaram do funeral do papa Francisco neste sábado, 26, segundo o Vaticano. A cerimônia começou na Praça de São Pedro, com a Missa das Exéquias, e foi encerrada na Basílica de Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior), em um ato fechado, sem a presença de fiéis, após cortejo fúnebre por um percurso de 5,5 km. De acordo com o Vaticano, o papa foi enterrado às 8h30 (horário de Brasília).

Mais de 200 mil fiéis lotam a Praça de São Pedro e as ruas nos arredores do Vaticano no funeral do papa Francisco.
Mais de 200 mil fiéis lotam a Praça de São Pedro e as ruas nos arredores do Vaticano no funeral do papa Francisco. Foto: Alberto Pizzoli/AFP

A despedida do pontífice começou com uma missa na Praça de São Pedro às 5h (horário de Brasília). Assim que o caixão fechado foi colocado em frente ao altar externo da basílica, o corpo de Francisco foi recebido com longos e emocionantes aplausos dos fiéis, que se aglomeravam na praça desde a madrugada.

Grupos de jovens chegaram a dormir na Praça de São Pedro para garantir um bom lugar. Por volta de 0h40 de Brasília, uma multidão já aguardava no local. O acesso dos fiéis, que corriam para garantir um bom lugar para dar o último adeus a Jorge Mario Bergoglio, foi liberado pouco mais de 20 minutos depois.

O Livro dos Evangelhos repousa sobre o caixão do papa Francisco durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O Livro dos Evangelhos repousa sobre o caixão do papa Francisco durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro, no Vaticano. Foto: Tiziana Fabi/AFP

Com o nascer do sol, a multidão tomou conta da Praça de São Pedro. Detectores de metal foram alocados nas principais vias de acesso. A polícia revistava mochilas e pedia que cada pessoa bebesse água de sua garrafa por medida de segurança.

Presidente Lula e a primeira-dama Janja durante a chegada para o funeral do papa Francisco.
Presidente Lula e a primeira-dama Janja durante a chegada para o funeral do papa Francisco. Foto: ISABELLA BONOTTO/AFP

Cerca de 50 chefes de Estado participaram do funeral. Entre eles, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da Argentina (terra natal de Francisco), Javier Milei, e dez monarcas.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, chegou a Roma para participar do funeral duas horas antes da cerimônia. Na sexta-feira, ele tinha sinalizado que talvez não fosse ao funeral por “falta de tempo”.

Multidão acompanha o funeral do papa Francisco no Vaticano.
Multidão acompanha o funeral do papa Francisco no Vaticano. Foto: Jeff Pachoud/AFP

A celebração foi feita por Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais. Perto do altar ficaram 220 cardeais e 750 bispos, além de aproximadamente 4 mil padres.

Battista Re chamou Francisco de “um papa do povo, de coração aberto a todos”. O cardeal disse que o argentino sabia se comunicar com um estilo informal e espontâneo e lembrou que a última imagem que muitas pessoas têm de Francisco é a dele proferindo o que se tornaria sua bênção final no Domingo de Páscoa e saudando-o do papamóvel na mesma praça onde seu funeral é celebrado.

“Apesar de sua fragilidade e sofrimento finais, o papa Francisco escolheu seguir este caminho de entrega até o último dia de sua vida terrena”, disse Battista Re durante a homilia.

O cardeal italiano Giovanni Battista Re celebra a missa em frente ao caixão do papa Francisco, durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro.
O cardeal italiano Giovanni Battista Re celebra a missa em frente ao caixão do papa Francisco, durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro. Foto: Alberto Pizzoli/AFP

O cardeal também destacou o fato de Francisco ter defendido durante o seu papado que a Igreja deveria acolher os fiéis sem julgá-los. “Ele foi movido pela convicção de que a Igreja é um lar para todos, um lar com suas portas sempre abertas… uma Igreja capaz de se curvar diante de cada pessoa, independentemente de suas crenças ou condições, e curar suas feridas.”

Battista Re foi interrompido pelos aplausos da multidão quando recordou o compromisso de Francisco com a paz. “Diante das guerras devastadoras destes anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco tem incessantemente levantado a sua voz implorando pela paz e apelando à sensatez, a negociações honestas para encontrar soluções possíveis, porque a guerra é apenas a morte de pessoas, a destruição de lares, hospitais e escolas”, disse o decano. “A guerra deixa sempre o mundo pior do que era antes: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, acrescentou.

Após a homilia, as orações dos fiéis foram recitadas em francês, árabe, português, polonês, alemão e mandarim.

Perto do altar estão 220 cardeais e 750 bispos, além de aproximadamente 4 mil padres.
Perto do altar estão 220 cardeais e 750 bispos, além de aproximadamente 4 mil padres.  Foto: Mandel Ngan/AFP

Na sequência, o caixão foi levado novamente para a Basílica de São Pedro e, dali, partiu em cortejo fúnebre por um percurso de 5,5 km até a Basílica de Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior). As autoridades italianas estimam que outras 150 mil pessoas estiveram presentes no trajeto do Vaticano à Basílica de Santa Maria Maggiore.

O rito do sepultamento não contou com a presença de fiéis. O enterro nesta basílica, fora do Vaticano, foi um pedido de Francisco porque era onde ele costumava orar em Roma. O último papa a ser sepultado fora do Vaticano foi Leão XIII, que morreu em 1903.

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A partir de domingo, 27, já será possível visitar o túmulo. A lápide tem apenas o nome latino “Franciscus”.

Cortejo passou por lugares icônicos de Roma

O cortejo passou pela galeria Pasa, seguiu pelo Corso Vittorio Emanuele e chegou à Piazza Venezia.

O caixão do papa Francisco chega à Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
O caixão do papa Francisco chega à Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. Foto: Stefano Costantino/AFP

Depois, passou pela via Labicana e a via Merulana. O carro refez a antiga Via Papalis, o trajeto que os papas percorriam em cortejo após a eleição até a Basílica de São João de Latrão, sede da cátedra episcopal de Roma. Ao longo do percurso, o corpo do papa Francisco passou por locais simbólicos como o Coliseu.

Por motivos de segurança, as ruas envolvidas foram fechadas ao tráfego e vigiadas rigorosamente. Os carros estacionados foram removidos e barreiras, instaladas. Um pequeno cortejo de carros com alguns cardeais acompanhou o veículo fúnebre.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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