Collor está ameaçado de comer quentinha pelos próximos anos

A Justiça impediu-o em 2000 de disputar a prefeitura de São Paulo. Ele quis concorrer à presidência da República, mas seu partido, o nanico PTC, negou-lhe a legenda.
Desta vez, o Supremo encontrou provas fartas e convincentes de que Collor recebeu 20 milhões de reais em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
A defesa de Collor encaminhou uma petição ao Supremo alegando que ele tem 75 anos de idade e é atormentado por doença de Parkinson, apneia grave do sono e transtorno bipolar.
As alegações da defesa foram derrubadas pelo próprio Collor. Ao interrogá-lo, o juiz Rafael Henrique, da equipe do ministro Alexandre de Moraes, perguntou:
“O senhor tem alguma doença, faz uso de algum medicamento de uso contínuo?”
O juiz quis saber se ele passara por exame de corpo de delito. Collor disse que uma enfermeira o examinou, acrescentando:
“Tirou a pressão, o batimento cardíaco. Se é isso o corpo de delito, foi feito.”
A última esperança de Collor de não ter que comer quentinha pelos próximos anos repousa na iniciativa do ministro Gilmar Mendes de levar outra vez o caso para exame do plenário do tribunal.
Triste, mas merecido fim do primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto depois de 21 anos de ditadura militar.