Triste e merecido fim do primeiro presidente eleito depois da ditadura

By | 26/04/2025 7:27 am

Collor está ameaçado de comer quentinha pelos próximos anos

 

(Ricardo Noblat, no Metróles, em 
Collor audiência de custódia

Collor sorrindo durante a audiência de custódia. Escárnio ou loucura? (LGLM)
A prisão de Fernando Collor se dá com pelo menos 32 anos de atraso, a contar do dia em que o Senado cassou-lhe o mandato e os direitos políticos por envolvimento com corrupção.
O Supremo Tribunal Federal restituiu-lhe os direitos políticos por não ter encontrado provas suficientes de que incorrera em crime. E Collor pode voltar a disputar eleições. Nunca mais seria o mesmo.

A Justiça impediu-o em 2000 de disputar a prefeitura de São Paulo. Ele quis concorrer à presidência da República, mas seu partido, o nanico PTC, negou-lhe a legenda.

Das cinco eleições que conseguiu disputar, perdeu três: todas para o governo de Alagoas. Venceu duas para o Senado, mas ali foi tratado como um congressista do baixo clero, sem relevância.

Desta vez, o Supremo encontrou provas fartas e convincentes de que Collor recebeu 20 milhões de reais em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.

A defesa de Collor encaminhou uma petição ao Supremo alegando que ele tem 75 anos de idade e é atormentado por doença de Parkinson, apneia grave do sono e transtorno bipolar.

Por isso deveria cumprir a pena no seu domicílio, um amplo e luxuoso apartamento com vista para o mar. Collor ocupa uma sala especial do presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira.

As alegações da defesa foram derrubadas pelo próprio Collor. Ao interrogá-lo, o juiz Rafael Henrique, da equipe do ministro Alexandre de Moraes, perguntou:

“O senhor tem alguma doença, faz uso de algum medicamento de uso contínuo?”

O juiz quis saber se ele passara por exame de corpo de delito. Collor disse que uma enfermeira o examinou, acrescentando:

“Tirou a pressão, o batimento cardíaco. Se é isso o corpo de delito, foi feito.”

A última esperança de Collor de não ter que comer quentinha pelos próximos anos repousa na iniciativa do ministro Gilmar Mendes de levar outra vez o caso para exame do plenário do tribunal.

Triste, mas merecido fim do primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto depois de 21 anos de ditadura militar.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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