Três fatores que explicam por que Tarcísio não quer deixar o governo para tentar o Planalto em 2026 (confira comentário nosso)

By | 28/04/2025 9:52 am

Governador tem reforçado a seus aliados que não vai se desincompatibilizar do cargo e pretende concorrer à reeleição em São Paulo

Foto do author Pedro Augusto Figueiredo
(Pedro Augusto Figueiredo, no Estadão, em 27/04/2025)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em conversas reservadas que não vai se desincompatibilizar em abril do ano que vem porque não quer perder o controle sobre o próprio destino.

A legislação eleitoral exige que ele deixe o cargo seis meses antes da eleição para se candidatar ao Palácio do Planalto. A avaliação de Tarcísio é que não há garantia de que Jair Bolsonaro (PL) indicará um nome para sucedê-lo na eleição de 2026 com tanta antecedência.

Neste cenário, o governador acredita que a desincompatibilização é um risco que não vale a pena ser corrido. Mesmo inelegível, Bolsonaro tem declarado que tentará registrar sua candidatura presidencial até o último momento, o que significa esticar corda até o início de agosto do próximo ano.

Procurado, o governo de São Paulo não se posicionou.

Governador tem repetido que não é candidato a presidente e que disputará eleição em São Paulo
Governador tem repetido que não é candidato a presidente e que disputará eleição em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A posição de Tarcísio segue a mesma linha de presidentes de siglas do Centrão. Marcos Pereira (Republicanos) considera que o ideal é que Bolsonaro indique um sucessor até dezembro para dar tempo de organizar a centro-direita. Ciro Nogueira (PP) avalia que a decisão precisa ser tomada neste ano caso o projeto seja apoiar Tarcísio ou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Ratinho e outros nomes cotados para suceder Bolsonaro não enfrentam o mesmo risco de Tarcísio. Assim como o paranaense, Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novo) estão no final do segundo mandato e terão que se desincompatibilizar independentemente do cargo que decidirem disputar em 2026.

Um segundo ponto é que Tarcísio e seu entorno também acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperará parte da popularidade perdida e chegará como favorito na eleição.

Essa avaliação reforça a disposição do governador em disputar a reeleição em São Paulo. Por fim, há também o peso da opinião da família do chefe do Executivo estadual, que está bem adaptada à capital paulista e não gostaria de passar por mais uma mudança de cidade no momento.

Bolsonaro tem enviado sinais dúbios sobre Tarcísio. Ele disse no mês passado que o chefe do Executivo paulista é fenomenal gestor e um bom político, e não excepcional, acrescentando que Zema e Caiado também são bons nomes. A declaração não caiu bem no Palácio dos Bandeirantes.

Há também o desejo do governador de ver projetos de médio e longo prazo lançados por ele se concretizarem. Desde que assumiu, Tarcísio lançou um pacote de concessões e parcerias público-privadas na área de transporte e infraestrutura. Para 2025, estão previstos um total de 11 leilões.

As pesquisas mais recentes apontam Tarcísio como favorito na corrida pelo governo de São Paulo. A oposição caminha para lançar o ex-governador e ministro do Empreendedorismo Márcio França (PSB), que também serviria como palanque de Lula em São Paulo.

Como mostrou o Estadão, aliados do ministro acreditam que Tarcísio é forte demais para ser batido na eleição paulista, mas que há chance de vitória se o governador sair para disputar a Presidência. Neste caso, quatro nomes disputam o posto de candidato governista: o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD) e o presidente da Alesp, André do Prado (PL).

Comentário nosso – O governador de São Paulo tem fortes razão para preferir concorrer à reeleição ao governo de São, onde ele tem tudo para ser reeleito. Para isso  não precisa se afastar do governo.  E para ser candidato a presidente tinha que se afastar e ficar dependendo de uma decisão de Bolsonaro, tentando ele mesmo ser o candidato ou indicar alguém da própria família, para ficar mandando. Claro que Tarcísio Dias seria um forte candidato a presidente mas não pode ficar dependendo da vontade de Bolsoanro, podendo depois ser escanteado.  (LGLM)

Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *