(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, em 09/05/2025)
A cidade de Quixaba está comemorando, neste final de semana, 61 anos de emancipaçao política, o que na realidade aconteceu em 06 de maio de 1964, pela lei estadual 3170. Mas o que muita gente não sabe é que Quixaba, nunca foi distrito de Patos. Ela se tornou distrito, pela mesma lei que emancipou a cidade de Cacimba de Areia, (lei 2689, de 1961), a quem ficou pertencendo até se emancipar. Os outros municípios da grande Patos, com exceção do município de Areia de Baraúnas, que se emancipou de Passagem em 1994, foram emancipadas em 1961.
Segundo a história, o povoado da Quixaba teve origem em duas fazendas, Quixaba Velha e Quixaba, pertencentes a Manoel Pereira e Manoel José de Maria. Posteriormente um feirante do Rio Grande do Norte, ganhou o apelido de Candeia, pois fabricava e vendia os então imprescindiveis “cadeeiros”, também chamados “candeia”, numa época em que ninguém sonhava com energia elétrica. Este Candeia, casou com uma Pereira, dando origem aquelas que talvez ainda sejam a duas maiores famílias do munícipio, das quais sairam a maioria dos seus prefeitos. Outra família antiga é a Gabriel, ainda hoje existente.
Quixaba é atualmente o terceiro menor município da Paraíba em população e quando se tornou município deu origem a uma lenda, que muitos garantem ser história real. Sobrevoando a Quixaba, durante uma viagem pelo Sertão, num teco-teco do Governo, Pedro Gondim perguntou a um companheiro de voo, que era da região, de quem era aquela fazenda tão grande. O indagado respondeu-lhe que aquilo era a cidade de Quixaba, ao que Pedro perguntou: “E quem foi o irresponsável que a transfiormou em municipio”, ao que seu companheiro respondeu, meio encabulado: “Foi o senhor mesmo”.
O maior prefeito da história de Quixaba foi o Dr. Alcides Candeia Pereira que até uma Maternidade construiu na cidade, onde muitos dos munícipes locais, e até de municípios vizinhos, nasceram. Alcides fez história como administrador e chegou ao ponto de, durante muitos anos, a cidade ter muitas ruas calçadas, sem estarem ocupadas com casas.
Temos um carinho muito especial por Quixaba, por quatro motivos. Primeiro, minha mãe nasceu no sítio Aroeiras, até hoje pertencente ao município de Quixaba. Foi uma das primeiras professoras de primeiras letras do povoado. Dr. Alcides mesmo me lembrava outro dia que foi aluno de minha mãe.
Segundo, meu pai foi trabalhar, na década de quarenta, em uma bodega de Neguinho Pereira, na parte chamada Vapor. Quixaba ainda hoje tem três bairros, não sei se ainda com os nomes originais: Alto, Vapor e Gabriela. No Alto moravm os mais ricos, no Vapor ficava a usina de descaroçar algodão, o comércio e alguns ricos, na Gabriela, a plebe. Durante este período meu pai conheceu a professora Constantina, com quem casou em 1943.
Em 1952, desempregado, pois o governador José Américo acabara com o jogo do bicho, no qual meu pai trabalhava na banca Chave de Ouro, de João Cosme de Brito, ele recebeu um convite do comerciante Cícero Sulpino, depois vereador em Patos por várias legislaturas, para “tomar conta” de uma bodega que tinha na Gabriela. Lá moramos durante apenas sete meses, o que fez me apaixonar pela Quixaba. Preocupados com a educação dos três filhos, meus pais resolveram voltar para Patos.
O último fato é que uma tia minha, tia Dizinha, casou com Pedro Candeia, fazendeiro e depois comerciante na Quixaba e que depois “botou” uma bodega em frente ao Hospital Regional de Patos, onde fez muitas amizades. Pedro Candeia também foi prefeito da Quixaba.
Hoje eu tenho inúmeros primos na familia Candeia, entre descendentes de Pedro e Janúncio Candeia, casado com Ambrosina, prima de minha mãe, Além dos netos de Senhorinha Candeia, filhos de dois tios meus. Além disso tenho inúmeros parentes das famílias Torres, Félix e Morais.
Eu me considero meio quixabense, por isso, aproveito para homenagear a Quixaba, uma espécie de segunda pátria minha, pelas comemorações de sua emancipação política.