Os que acompanham a política e particularmente Brasília desde criancinha são capazes de dizer: poucas vezes se viu um Congresso tão ruim ou tão inútil

É uma velha prática: quando o caldo entorna, a turma toda se une para dar uma resposta à sociedade, encenar que está muito empenhada em resolver o problema do momento e buscar holofotes… até o novo escândalo, quando começa tudo de novo. No Executivo, cria-se um grupo de trabalho que logo é esquecido. No Congresso, projetos engavetados surgem de repente nos plenários e também não dão em nada.

As mazelas são velhas, mas as bancadas parecem “renovadas”, mas são apenas menos preparadas, menos políticas, menos preocupadas em atender às reais e fundamentais demandas da população. Quem acompanha a política e particularmente Brasília desde criancinha é capaz de dizer: poucas vezes se viu um Congresso tão ruim, ou tão inútil. A coisa já vinha feia de antes, mas explodiu em 2018, na onda bolsonarista da “nova política”.
O corporativismo exacerbado leva a casos como o de Flordelis, pastora, deputada desde 2019, denunciada pelo MP em 8/2020 por manipular os filhos para matar o marido e só cassada em 8/2021. Ou o de Chiquinho Brazão, denunciado como mandante da morte de Marielle Franco, preso em 3/2024 e só cassado em 4/2025, tempo em que, na cadeia, consumiu R$ 1,5 milhão de recursos públicos com salários e gabinete.
Quem cai num golpe tão abjeto? Os que votam em Flordelis, Brazão, Zambelli, Ramagem, na primeira classe desse trem da alegria que invadiu o Congresso para fazer tudo que seu mestre mandar e engrossar o rebanho e as vaquinhas.
Comentário nosso – Tem toda razão. Mas o editorialista esqueceu de um detalhe. Apesar de todos aqueles absurdos lembrados por ele, há um verdadeiro escândalo na questão das emendas parlamentares. Nunca se roubou tanto dinheiro desse país como estão fazendo hoje com as emendas parlamentares neste pais. Sempre se roubou, mas nunca em tanta quantidade de dinheiro. Antigamente havia os que recebiam propinas, hoje se procura com uma lente quem não cobra pelas emendas que destina aos seus currais eleitorais e a seus comparsas. Nunca se ouviu falar que Ernani Sátiro, Otacílio Queiroz, Monsenhor Vieira e Bivar Olinto tivessem enriquecido com propinas recebidas. E Rivaldo Medeiros, já entrou na política rico. Para falar nos mais antigos. E não vamos desenterrar quem andou andou “passsando gato por lebre”. O nosso Congresso hoje cada vez mas canta a cantiga da perua: “De pior a pior”. (LGLM)