Evento que projeta Tarcísio ao Planalto irrita bolsonaristas e sofre boicote (confira comentário nosso)

By | 24/05/2025 5:22 am

Aliados de Bolsonaro desaprovam falta de defesa a ex-presidente e deixam de ir a ato que reuniu cinco presidentes de partidos

 

(Bruno Ribeiro e Juliana Arreguy, na Folha, em 23/05/2025)

Marcada por discurso de tom nacional do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a filiação do secretário da Segurança Pública de São PauloGuilherme Derrite, ao PP, na noite desta quinta-feira (22), gerou incômodo entre aliados próximos de Jair Bolsonaro (PL).

Para esse grupo, o ato reforçou a projeção presidencial de Tarcísio, impulsionada por líderes de partidos de centro-direita que já teriam desistido de lutar pela restituição dos direitos políticos do ex-presidente, que está inelegível até 2030 por duas condenações da Justiça Eleitoral.

No evento, Derrite foi explícito ao se colocar como candidato ao Senado, justificando que esse é o motivo de seu retorno à legenda —da qual havia saído em 2022. Já Tarcísio, que se coloca à reeleição em São Paulo mas é apontado como presidenciável, disse que o grupo de dirigentes partidários que os acompanhava estava unido e que “quer fazer a diferença”.

A imagem mostra um evento político com várias pessoas em um palco. Um homem em destaque, vestido de terno escuro, está falando ao microfone. Ao seu lado, um homem em terno claro observa. Atrás deles, há um grupo de homens em trajes formais, todos olhando para o orador. O fundo é iluminado com luzes azuis e brancas, e há um telão com a frase "NOSSA MISSÃO" visível.
Governador Tarcísio de Freitas discursa em evento de filiação de Guilherme Derrite (à esq.) ao PP – Bruno Santos – 22.mai.25/Folhapress

“Uma coisa que é importante, que não pode passar despercebida, é o simbolismo desta reunião aqui. É a quantidade de lideranças que nós temos aqui, do Brasil inteiro. Para quem duvida que esse grupo vai estar unido no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido”, afirmou o governador.

“No momento em que há dúvida, no momento em que tem muita gente lá em Brasília perdida, que não sabe o caminho, e em que as decisões são tomadas de forma casuística, às vezes até de forma irresponsável, tem o grupo aqui que está unido, que sabe o caminho, que quer fazer a diferença.”

O grupo citado por Tarcísio era composto por presidentes nacionais de partidos que estavam com ele no palco: Valdemar Costa Neto (PL), Renata Abreu (Podemos), Gilberto Kassab (PSD), Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP).

Chamou a atenção, contudo, a ausência de parlamentares bolsonaristas entre os convidados para a cerimônia, realizada em uma casa noturna da Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. O local, com capacidade para mil pessoas, estava lotado. De acordo com assessores do PP, mais de 80 prefeitos estavam no local –o partido comanda 47 prefeituras em São Paulo.

Segundo apurou a Folha, o boicote foi deliberado, motivado pela expectativa de que o evento servisse como palanque para Tarcísio. Parte da bancada bolsonarista nem chegou a ser convidada, após sinalizações de que desaprovaria o tom político da celebração.

Integrantes do grupo criticaram o fato de nem Tarcísio nem Derrite terem defendido a anistia aos presos pelo 8 de Janeiro ou criticado a inelegibilidade de Bolsonaro. O governador deve testemunhar em defesa do ex-presidente no processo em que é acusado de liderar uma tentativa de golpe, em análise no STF (Supremo Tribunal Federal).

Um aliado próximo de Bolsonaro afirma que o ex-presidente não decidiu quem será seu indicado caso se mantenha inelegível, mas que a aposta é que será ou Eduardo ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Apesar de todo o suporte que já tem na centro-direita, Tarcísio não tem o apoio do padrinho para a Presidência, segundo este aliado.

Há duas semanas, o mesmo grupo já havia demonstrado insatisfação com a articulação do ex-presidente Michel Temer (MDB) para formar uma frente de governadores de centro-direita, sem Bolsonaro, com vistas a 2026.

Na ocasião, Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, publicou em rede social que eleição “é voto” e que os votos estão com o ex-presidente.

Para bolsonaristas, porém, embora Derrite tenha se lançado ao Senado, o peso político do evento, marcado pela presença de cinco presidentes de partido, deu à cerimônia ares de pré-lançamento ao governo, caso Tarcísio dispute a Presidência.

Ciro Nogueira, ao falar com jornalistas na chegada, não descartou a possibilidade, dizendo que, sem Tarcísio, a legenda defenderia a indicação do secretário. “Aí, o Derrite deve ser candidato ao governo. Nós vamos defender isso, mas é lógico que é uma construção”, afirmou.

Tanto Ciro quanto o presidente Valdemar, do PL, mantiveram aberta a possibilidade de Tarcísio concorrer à Presidência.

“Os governadores de São Paulo sempre erram ao serem eleitos: querem logo disputar a Presidência e se colocam como candidatos”, disse Ciro, para completar: “E é por isso que talvez o Brasil vá chamar o governador Tarcísio de presidente muito em breve. Ou agora ou em 2030. E quem vai decidir isso é o povo de São Paulo e o povo do Brasil. Mas pode ter toda a certeza: se houver essa decisão, governador, tanto o União Brasil quanto o Progressistas estarão ao seu lado.”

Já Valdemar afirmou que também aguarda uma definição sobre a situação eleitoral de Tarcísio. “Nós temos que ver o que o Tarcísio vai resolver para que a gente possa resolver a nossa vida.” Mas o presidente do PL destacou que “quem vai dizer quem será o candidato a presidente é o Bolsonaro. Por quê? Porque ele é o dono dos votos”.

Comentário nosso – Se Tarcísio Dias “desmamar” de Bolsonaro, será um fortíssimo candidato a Presidente da República, principalmente com derrocada do Governo Lula que só pensa em reeleição e esquece de governar o país. O Brasil está precisando de quem o governe de verdade, ao invés de só pensar em reeleição como tem acontecido nos dois últimos governos. Aliás está aí mais uma prova de que a reeleição não é interesssante para o país e temos que acabar com ela. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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