Silas Malafaia: da pregação ao palanque, o desgaste de um pastor que cruzou os limites da fé e da política (confira comentário nosso)

By | 26/05/2025 7:27 pm

(Blog do Negreiros, em 23/05/2025)

Silas Malafaia: da pregação ao palanque, o desgaste de um pastor que cruzou os limites da fé e da políticaFotomontagem: blogdonegreiros.com.br

 

O pastor Silas Malafaia, outrora reconhecido por sua atuação como líder religioso, tem se mostrado cada vez mais como um militante político radical, agindo abertamente em defesa de um único grupo partidário. Em vez de manter-se fiel à missão de pregar o evangelho, Malafaia transformou-se em figura recorrente nos palanques que exaltam o ex-presidente Jair Bolsonaro — a quem ele tem servido quase como porta-voz informal.

Malafaia não tolera críticas. Quem ousa questionar suas posições, rapidamente vira alvo de ataques pessoais — como ocorreu com o ministro Alexandre de Moraes e o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta. Seus discursos, recheados de acusações e ameaças veladas, se aproximam mais da retórica anarquista do que de um debate fundamentado nos princípios constitucionais do contraditório e da liberdade de expressão.

A pergunta inevitável de muitos é: de onde vêm os recursos que financiam as ambições políticas do pastor? Campanhas de grande porte, viagens e eventos não surgem do nada — e o silêncio sobre essa estrutura só aumenta as suspeitas. O uso da religião como escudo político, por parte de Malafaia, tem causado incômodo inclusive dentro do meio evangélico. Diversas lideranças já se articulam para desvincular a imagem do pastor da missão espiritual que deveria nortear o movimento cristão.

A fé deve unir e iluminar, não dividir e servir a propósitos eleitorais. Igrejas podem e devem participar da vida democrática, mas de forma suprapartidária, voltadas ao bem comum — não ao favorecimento de candidaturas ou figuras específicas. Quando um líder espiritual cruza essa linha, compromete não só sua própria integridade, mas a credibilidade de toda a instituição que representa.

Recentemente, Malafaia voltou ao centro da polêmica ao atacar Hugo Motta por não priorizar o pedido de urgência da proposta de anistia que poderia beneficiar Bolsonaro. A atitude escancara sua real intenção: proteger aliados políticos, mesmo à custa da institucionalidade. Motta, no entanto, tem resistido às pressões, lembrando que o projeto de anistia deve ser debatido com responsabilidade, diálogo e respeito às atribuições constitucionais, especialmente do Judiciário — guardião da Constituição.

Crimes foram cometidos durante os atos de 8 de janeiro. Antes de se falar em anistia, é preciso reconhecer os fatos e respeitar os trâmites legais. Pressões políticas e discursos inflamados não substituem a seriedade do devido processo legal.

Comentário nosso – Malafaia é o mais estremado, mas há outros pastores da qualidade dele, principalmente entre os partidários da Teologia da Prosperidade, para os quais o céu é a curtição da riqueza material. Ainda bem que os pastores da igrejas evangélicas tradicionais são mais comedidos. Que Deus os ilumine os primeiros e os tire da depravação. Eu tenho um filho pastor mas este tem juízo, não me decepcionou. (LGLM)

Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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