A falta de informações oficiais deixa margem a muitos boatos, o que o Ministério Público Federal procura evitar, tentando obter da Justiça a quebra do sigilo sobre a operação. Várias pessoas são dadas como tendo sido presas durante a operação, quando não se tem notícia da decretação, até agora de nenhuma prisão. O que tem acontecido é condução coercitiva de determinadas pessoas para prestar esclarecimentos. Como alguns se evadem antes de receberem o convite, se essas pessoas não se apresentam em seguida, a Justiça pode até decretar a sua prisão por dificultar as investigações. Os boatos que surgem são justamente em torno de pretensas prisões. A nota do MPF fala em busca e apreensões e outras medidas sem arrolar entre estas a realização de prisões. Normalmente quem vai preso é algemado (o que nem sempre acontece, claro), indo do meio dos agentes policiais. Quem vai apenas conduzido é meramente acompanhado por agentes. Com relação aos motivos da operação, fica mais ou menos claro na nota do MPT: “Operação Desumanidade…apura desvio de recursos públicos em obras na área de Saúde e Educação em municípios do Sertão Paraibano.” E provavelmente não tem nada a ver com o Canal do Frango, como se chegou a supor de início. Licitações dirigidas para beneficiar determinadas empresas, responsáveis por obras nas áreas de Saúde e Educação, seriam o alvo da operação.
Entre as pessoas que foram conduzidas para dar declarações, logo no início da manhã foram citados o empresário e prefeito de Emas, Segundo Madruga, o empresário Dineudes Possidônio, a Secretária de Saúde de Patos, Ilana Motta (por coincidência sogra de Segundo), um vereador de Emas, cujo nome não apuramos, entre outros. Uma informação que nos foi repassada de João Pessoa, dizia que Segundo, depois de depor teria ficado detido, não sabemos se preso, ou ficou para ser ouvido em maiores esclarecimentos.