Para forçar 2º turno, mercado financeiro torce por ex-senadora (*)

By | 17/08/2014 11:45 pm

Folha do sábado
Banqueiros e grandes investidores torcem para que Marina Silva assuma o lugar de Eduardo Campos como candidata do PSB à Presidência da República.
Embora o efeito dessa eventual candidatura na corrida presidencial ainda seja nebuloso, o mercado financeiro aposta que a presença da ex-senadora na disputa aumenta as chances de um segundo turno.

Este cenário tornaria mais difícil a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O mercado tem o pé atrás com a presidente porque considera que seu governo interfere demais em setores-chave, como o de energia, e é fraco na gestão da economia, marcada por crescimento baixo e inflação elevada.

Com 20 milhões de votos na eleição de 2010, Marina é mais conhecida do que Campos, que apostava na parceria com a vice para conquistar eleitores. Até ano passado, quando as pesquisas incluíam seu nome, ela era a segunda mais bem colocada, à frente de Aécio Neves (PSDB) e do então candidato do PSB.

“Do ponto de vista do mercado, é ruim que Marina não saia [candidata]. Isso aumenta a probabilidade de Dilma ganhar no primeiro turno”, afirma José Márcio Camargo, sócio da Opus Investimentos.

A torcida pela ex-senadora, no entanto, tem limites. O candidato número 1 do mercado é Aécio. O papel reservado a Marina, por esse raciocínio, seria tornar a disputa mais acirrada para que o tucano vá para o segundo turno, concentrando os votos de oposição contra Dilma.
“O medo é que Marina passe Aécio. Muitos se assustam com essa ideia, mas tem gente que acha isso melhor do que a reeleição”, diz o alto executivo de um banco estrangeiro, que pediu para não ser identificado.
As ideias de Marina sobre a economia, porém, ainda são pouco conhecidas. A seu favor, na visão de parte do setor financeiro, pesa a presença de economistas considerados mais alinhados ao mercado, como Eduardo Giannetti e André Lara Resende, e empresários, como Guilherme Leal (Natura) e Álvaro de Souza (ex-Citibank).
Mesmo assim, Marina ainda é vista por muitos como uma pessoa pouco flexível e inimiga de empresários do agronegócio.
Com tantas dúvidas e indefinições, o fator Marina passa a pesar nas decisões de investimento.
A especulação da vez na praça financeira é se Marina vai ou não assumir a vaga de Campos na disputa. Se ela for em frente, começa uma segunda etapa: quem será o opositor mais forte de Dilma. A previsão é que a Bolsa continue instável, à espera da próxima pesquisa eleitoral.

Comentário do programa –

A torcida dos empresários pela candidatura de Marina, como forma de provocar um segundo turno, garante pelo menos que não faltarão doações para sua campanha. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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