(Uol Online, na quarta)
1. Marina: “É difícil ser profeta em sua própria terra”
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, foi entrevistada nesta quarta-feira (27) pelo Jornal Nacional, em mais uma entrevista da série que o jornal faz com os presidenciáveis. A ex-ministra teve 15 minutos para responder sobre alianças políticas, o uso da aeronave de Eduardo Campos e explicar o que ela considera como “nova política”.
A primeira pergunta foi sobre o avião que Eduardo Campos usava quando sofreu o acidente no dia 13 de agosto. Denúncias indicam que a aeronave podia estar irregular, mas Marina disse que o avião estava em situação legal. Segundo ela, a aeronave foi cedida como forma de empréstimo e o acerto de contas estava programado para o final da campanha, quando os candidatos saberiam o total de horas de voo.
Marina também respondeu sobre sua atuação no seu Estado natal, o Acre, onde ela teve um desempenho fraco nas eleições de 2010. A candidata procurou ressaltar sua história de vida, lembrando que atuou com o líder seringueiro Chico Mendes, e justificou sua votação no Acre com um ditado popular. “É difícil ser profeta em sua própria terra”, disse.
A candidata também foi questionada sobre o que diz ser “nova política”, em contradição com a “velha política”. O jornalista Willian Bonner perguntou se a sua aliança com o PSB e com Beto Albuquerque, com quem Marina tem divergências em temas importantes, como na questão dos transgênicos ou da pesquisa de células-tronco, não tinha sido feita só para acomodar sua candidatura, em um exemplo de “velha política”. Marina negou a tese, e aproveitou para tentar mostrar que consegue dialogar com setores diferentes – a candidata tenta se desfazer da imagem de ambientalista radical.
2. Tensão pós-Ibope para Dilma e Aécio
A pesquisa Ibope de terça-feira teve o mesmo efeito sobre as campanhas de Dilma e Aécio: tensão. Segundo o Painel da Folha de S. Paulo, os petistas entraram em alerta após os números, que pela primeira vez indicam a possibilidade de Dilma perder a eleição. Os tucanos correm o risco de um fiasco histórico, já que desde 1994 o PSDB sempre disputou o segundo turno.
Outra pesquisa, publicada nesta quarta pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra quadro semelhante ao do Ibope. Nesse levantamento, Dilma aparece com 34,2%, Marina com 28,2% e Aécio com 16%. A pesquisa também questionou os eleitores sobre o horário eleitoral, como mostra a Gazeta do Povo, e identificou um quadro curioso: apenas 2% dos entrevistados disseram que a propaganda mudou sua decisão de voto, enquanto 40% dos entrevistados afirmaram que o horário eleitoral serviu apenas para reforçar a decisão de voto que já tinham.
Comentário do programa – Marina começa a incomodar a Rede Globo e os interesses que estão por trás dela. Eles não darão “refresco” a Marina. O que puderem fazer para atrapalhar a sua candidatura eles farão. O desempenho de Marina é interessante para eles enquanto ameaça Dilma com o segundo turno. Mas o concorrente ideal para eles é Aécio e não Marina. (LGLM)