John Phillip Medcraft, o mais brasileiro de todos os ingleses

By | 31/08/2014 12:01 am

(José Augusto Longo, no Patos Online)

Se me perguntarem quando o pastor John Phillip Medcraft chegou a Patos, eu confesso que não sei. Agora, se indagarem o porquê dessa singela homenagem, eu respondo de pronto: primeiro, porque a legislação eleitoral me proíbe de criticar candidatos, partidos políticos ou coligações, que são a minha praia e, como ao meu ver, a grande maioria desse trio intocável só merece que se desça a lenha, eu tenho que derivar, pelo menos até fim de outubro, por outros temas. Segundo porque falar sobre o pastor John é uma questão de justiça, por tudo que representa para esta cidade. Daí preencher esse espaço, geralmente crítico, com uma homenagem que não somente eu, mas, toda a comunidade patoense comunga e lhe falta espaço, muitas vezes, para realçar, nada mais do que uma obrigação que agora cumprimos.

Desde muito tempo, venho acompanhando o trabalho do pastor John. É de dar inveja a muito patoense que se diz representante do povo e que vive, exclusivamente, pela benevolência deste mesmo povo.

Quando o cara se candidata e sobe em palanques enfeitados, rodeados de chaleiras induzidos ao aplauso, ele promete mundos e fundos ao eleitor, garantindo a defesa dos interesses coletivos. Garante educação, água, defesa da ecologia. Termina o mandato e muito pouca coisa das promessas é executado.

Ao contrário dos políticos de promessas fáceis, a cada quatro anos, eles que são brasileiros natos e, por isso deveriam ter mais responsabilidade ante a população, o pastor John Phillip Medcraft, inglês de nascimento e brasileiro por adoção, escolha e coração, deixa-os à distância, no que concerne a iniciativas que somente buscam trazer o bem estar para a nossa sociedade.

Pastor Evangélico com atuação destacada em sua igreja, diretor da famosa Cultura Inglesa, esposo, pai e avô dedicado, além de proprietário da fazenda Verdes Campos, onde prega a convivência com a natureza, ele ainda encontra tempo para encarar problemas de ordem social, uma luta contínua que enfrenta com disposição e ânimo desde muitos anos.

Foi inspirador do GIAASP, “ong” que, sem vínculo ou comprometimento político, discute, com veemência assuntos importantes, já tendo obtido resultados extraordinários, como por exemplo a adutora Patos/Sabugy, que nasceu de vibrante movimento encetado pela Organização, a frente o pastor Medcraft que, através de um convincente chamamento, trouxe às ruas uma multidão que trazia nas mãos latas secas, simbolizando a sede a que a escassez da água tornava iminente. O movimento ecoou e os políticos que dormiam à sombra do problema, acordaram e passaram, até mesmo contra a vontade de alguns, a exigir do governo uma ação que, depois de executada, passaram a apresentar como de iniciativas suas. Mas, Patos – pelo menos os patoenses comprometidos com a verdade -, sabe de onde partiu a ideia, quem trouxe às ruas o povo de latas secas na mão.

Somando-se a bendita água de Coremas, foi de iniciativa do GIAASP, dentre muitas outras, o Canal que liga a Barragem da Farinha ao Açude do Jatobá, assim como municipalização do trânsito.

O GIAASP, filho querido do pastor John, que presidiu por algumas oportunidades, completa em 2015, 25 anos de existência, hoje muito bem dirigido pelo idealista Luciano Dias, pode, ao comemorar bodas de prata, apresentar uma relação significativa de vitórias obtidas na base da denúncia, do trabalho de seus membros e da luta incansável pela resolução dos problemas que assolam a nossa gente.

Desde algum tempo, o pastor John Medcraft se engajou na luta encetada, parece-me pelo Rotary Clube, pela revitalização do Rio Espinharas, hoje um fétido esgoto a céu aberto. Tenho visto fotos onde aparece o nosso benfeitor, de chapéu de abas largas na cabeça, acompanhando os dirigentes do IBAMA que se uniu à iniciativa, percorrendo as margens do nosso velho e abandonado Rio. A luta, nesse aspecto, parece que já começa a apresentar resultados, aja vista a demarcação da área de proteção invadida por construções e plantios de capim, anunciada pelo Capitão Hugo, dirigente do Órgão, na Região. Esta é mais uma vitória a ser creditada, além de outros abnegados, também ao inglês mais brasileiro que se conhece.

O pastor John é o homem dos sete instrumentos: água, esgotos, revitalização do Rio, bem estar social, educação, canal, ecologia e mais um rosário de preocupações de um estrangeiro que aqui chegou para evangelizar e pode agora provar que evangelizar não é somente ficar no púlpito de uma igreja – o que aliás, o faz com propriedade – lendo e ensinando a Bíblia. Entendeu ele, para a nossa felicidade, que o grande Cristo, que inspira todos os seus atos, não ficou apenas no discurso; foi à estrada, não para instigar os seus seguidores à inércia ou a submissão, mas dando significativos exemplos de que somente com a dedicação ao trabalho honesto e gritando contra injustiças, poderemos ser ouvidos pelos Manda-Chuva de plantão.

É isso o que faz este homem a quem Patos muito deve. É este um homem que, realizado como chefe de família, como empresário e como dirigente de uma Igreja que presta relevantes serviços à sua comunidade, muito bem poderia usar seu tempo livre para o lazer, Mas, não. John Phillip Medcraft, o mais brasileiro de todos os ingleses, apesar de todas as suas ocupações que são muitas, ainda fabrica tempo para fazer o que muitos de nós é que deveríamos fazer. E o faz com resignação e determinação.

Por isso e por muitas outras ações que executa sem exigir nada em troca, é que peço licença aos leitores desse humilde espaço, para, juntos, levarmos o nosso abraço de agradecimento desta cidade que a ele deve muito.

Ao brasileiro John Phillip Medcraft, o nosso muito obrigado. Que Deus lhe dê saúde plena e muitos anos de vida. Patos muito depende de sua força e da sua determinação.

(josaugusto09@gmail.com)

Comentário do programa – Não sei se lhe cabe o epíteto de mais brasileiro de todos os ingleses por que nem conheço todos os brasileiros deste vasto país, nem todos os ingleses que aqui vivem. Mas entendo que não seria exagero dizer que é mais patoense de que muitos conterrâneos nossos, tal a dedicação que tem demonstrado por esta terra. Uma observação. A campanha das latas secas defendia a construção do canal Coremas/Sabugy, que Zé Maranhão dizia que não era necessário de terminou realizando uma construção de péssima qualidade que até hoje dar dor de cabeça a CAGEPA. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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