(Da redação)
Um amigo ligou para mim comentando as mais recentes pesquisas das quais tirara conclusões sobre quem estava ganhando ou perdendo terreno. Precisei adverti-lo sobre uma questão elementar na comparação das pesquisas. Parti de uma comparação da vida prática. Se você está fazendo regime e quer saber se está perdendo peso, você tem que usar sempre a mesma balança. Se você verificar o peso em balanças diferentes você pode ser enganado na comparação. A mesma coisa em relação às pesquisas. Se você quer saber quem está ganhando terreno ou perdendo terreno tem que comparar a mesma pesquisa. Não adianta você querer comparar uma pesquisa do DATAFOLHA com uma pesquisa do IBOPE, mesmo que as pesquisas tenham sido feitas no mesmo dia. Cada instituto tem sua metodologia, cada instituto verifica um universo diferente. Para terem o mesmo resultado teriam que ouvir as mesmas pessoas. Ouvindo pessoas diferentes ou de cidades diferentes eles podem obter resultados muito diferentes. Institutos diferentes podem perceber uma tendência de crescimento ou perda para A ou B, mas para verificar melhor esta tendência você tem que comparar pesquisas seguidas do mesmo instituto. Não adianta comparar uma pesquisa DATAFOLHA com outra do IBOPE e dizer que alguém está ganhando ou perdendo terreno. Compare sempre as pesquisas do mesmo instituto. Agora, se um determinado candidato está na frente em todas as pesquisas, ou está crescendo em todas elas, você pode dizer que existe uma tendência de crescimento deste candidato em todas as pesquisas. Outra coisa, existem pesquisas mais confiáveis do que outras. Um Instituto como o DATAFOLHA ou o IBOPE têm um nome a zelar e sempre têm mais cuidado com suas pesquisas para não serem desmoralizados pelas urnas. Mas um instituto grande, não vai utilizar seu pessoal próprio para vir fazer uma pesquisa na Paraíba e então terceiriza a pesquisa contratando um instituto da região. Aí é onde mora o perigo. Um instituto local pode querer “comer dos dois lados” e vender o resultado a um determinado candidato local. Por isso eu não confio nas pesquisas divulgadas na Paraíba, mesmo quando são anunciadas como tendo sido feitas por um instituto do Sul do país. Desde que acompanho pesquisas na Paraiba, nunca uma delas acertou o resultado de governador. Ou o povo da Paraíba gosta de surpreender ou as pesquisas são muito mal feitas. Nas últimas eleições para governador, pelas pesquisas divulgadas, Zé Maranhão até a última semana “dava uma lavagem” em Ricardo Coutinho, e o resultado todo mundo sabe qual foi. O costume na Paraíba é utilizar as pesquisas para tentar impressionar os eleitores e fazê-los mudar o voto. Por isso, todo cuidado com elas. O mesmo cuidado a gente deve ter com as pesquisas nacionais, mesmo sabendo que elas são muito mais bem feitas. Para mim o melhor instituto ainda é o DATAFOLHA. (LGLM)