LENILSON GUEDES – Jornal da Paraíba
Os institutos de pesquisa Ibope e Ipespe acertaram os resultados das eleições na Paraíba, tanto para o governo do Estado como para presidente da República. Ambas as pesquisas foram divulgadas pelo Jornal da Paraíba ao longo da campanha eleitoral. Dentro da margem de erro de cada instituto, os números se aproximaram dos dados oficiais divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
Tanto o Ibope como o Ipespe apontavam uma disputa apertada na Paraíba. No segundo turno, Ricardo Coutinho (PSB) virou o jogo e venceu a eleição para o governo do Estado com 52,61% dos votos. Seu adversário, Cássio Cunha Lima (PSDB), obteve 47,39%. Na eleição presidencial, Dilma Rousseff (PT) venceu na Paraíba com 64,26% dos votos contra 35,74% de Aécio Neves (PSDB).
Na pesquisa Ibope, Ricardo venceria a eleição com 53% dos votos válidos, enquanto Cássio obteria 47%. A margem de erro era de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Pelos números da pesquisa Ipespe, o candidato do PSB se apresentava com 52% dos votos válidos, enquanto o candidato do PSDB detinha 48% dos votos válidos. A margem de erro era de 2,6%. Na disputa para a Presidência da República, o Ibope apontava a vitória de Dilma na Paraíba com 63% dos votos válidos, ficando Aécio na segunda colocação com 37%. Já o Ipespe, dava a candidata do PT com 66% dos votos válidos, enquanto o candidato do PSDB aparecia com 34%.
IBOPE APONTA NÚMERO DA VITÓRIA
A diretora do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, lembra que as eleições na Paraíba sempre foram disputadíssimas. “O primeiro turno a gente apontou empate entre os dois candidatos e de fato o resultado foi bastante apertado. O segundo turno já começou com uma vantagem do Ricardo Coutinho. Ao longo da campanha a gente percebeu nas várias pesquisas que realizamos uma melhora na administração do Ricardo Coutinho, provavelmente fruto da propaganda eleitoral. Ele teve um crescimento significativo de avaliação positiva ao longo da campanha e acabou sendo eleito com o número da pesquisa que o Ibope divulgou na véspera”.
Ela também comentou as críticas dirigidas aos institutos de pesquisa pelos políticos. “A pesquisa tem o papel de ir contando a história da campanha, mostrando todas as movimentações, quem sobe, quem desce e quem vira. Os políticos acabam fazendo uso da pesquisa de acordo com os seus interesses. Na hora que convém eles usam, na hora que não convém eles atacam. Para o eleitor eu acho que o importante é que as pesquisas contem a história da eleição, quem está crescendo, quem está caindo, quem virou, se está empatado”.
Márcia Cavallari destacou que o Ibope trabalha sempre com transparência e com imparcialidade. “Nós não temos nenhum compromisso com nenhum candidato, com nenhum partido e o nosso papel é informar a população sobre a história das eleições. A pesquisa não tem esse poder de ser um oráculo, de definir, de acertar, ou de projetar os resultados futuros, ela tem o papel de diagnosticar cada momento da campanha”.
IPESPE INDICOU 2ºTURNO EM 2012 E REELEIÇÃO DE RICARDO EM 2014
A diretora executiva do Ipespe, Marcela Montenegro, avalia como positiva a parceria com o Jornal da Paraíba, que começou nas eleições de prefeito em 2012. “O projeto foi muito bem-sucedido. A gente dava um cenário de empate técnico, mas com indicativo de segundo turno. Na nossa última pesquisa o resultado já indicava a reeleição do governador Ricardo Coutinho. Também em relação à intenção de voto para presidente o resultado indicou a vitória da presidente Dilma no Estado da Paraíba”, afirmou.
Ela encarou com naturalidade as críticas que foram feitas pelos candidatos a cada pesquisa divulgada. “A gente foi alvo de algumas críticas, mas o resultado dessa pesquisa final comparada com as urnas é uma grande resposta para o eleitor de que de fato as pesquisas são sérias. É preciso diferenciar que pesquisa não é eleição, nem comportamento eleitoral. Pesquisa de fato mede uma intenção de voto que o eleitor pode mudar até a hora de apertar o botão lá na urna”, afirmou a diretora do Ipespe.
Comentário do programa – Eu nunca pus muita fé nas pesquisas do IPESPE e do SIGMA6. Para mim a referência em pesquisa na Paraíba foi o IBOPE. É um instituto de alcance nacional, com um nome a zelar e que não tinha nenhum estímulo para manipular resultados com a intenção de influir no ânimo do eleitor. O IBOPE foi coerente desde o primeiro turno no resultado de suas pesquisas. A última do primeiro turno previa 47 a 47 e o resultado foi 47 a 46. A última pesquisa do segundo turno foi quase exata, previa seis pontos de diferença e a diferença foi de cinco pontos por cento. O IPESPE se aproximou do resultado final na última pesquisa, talvez com medo de ser desmoralizada, enquanto as anteriores eram disparatadas, favorecendo Cássio, quem sabe, com a intenção de influir no eleitorado. (LGLM)