Planalto tenta evitar rebelião no Congresso

By | 31/10/2014 9:26 am

(Folha da sexta)

Depois de ser derrotado no Congresso, o governo deflagrou nesta quinta-feira (30) operação para tentar conter a ameaça de rebelião de sua base de apoio e avisou que não vai permitir a aprovação de projetos que representem uma “aventura fiscal”.

Assessores da presidente Dilma pediram ao Congresso a lista de futuras votações para definir o que aceitam aprovar, como o aumento de verbas para o Fundo de Participação dos Municípios, e o que é rejeitado por gerar aumento de despesas num momento delicado da economia.

Seus aliados, porém, voltaram a mostrar descontentamento e pediram mais negociação. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), mandou recado ao Planalto ao dizer que conversar “não arranca pedaço”.

Diante da reeleição apertada de Dilma, congressistas esperam uma contrapartida que passa por mais diálogo e, principalmente, cargos e mais espaço no governo.

O recado para a reabertura do diálogo foi transmitido pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Em encontro no Planalto, o ministro tentou acalmar os ânimos. Alves disputou o governo do Rio Grande do Norte e responsabilizou o ex-presidente Lula pela derrota.

O governo começou a se movimentar depois de ver aliados capitaneados por Alves se unirem, ainda na ressaca da disputa eleitoral, para derrubar o polêmico decreto de Dilma que sistematiza a criação dos conselhos populares e aprovarem a convocação de ministros para prestarem esclarecimentos.

Apesar da “bandeira branca” do governo, a iniciativa não agradou de pronto. Renan e Alves integram a cúpula do PMDB, principal aliado do PT no Congresso, e têm demonstrado publicamente insatisfações com o governo.

“Aliança não significa pensar absolutamente igual sobre tudo. Mesmo que as pessoas não concordem em algumas coisas, elas precisam conversar. Conversa, todos sabem, não arranca pedaço, não”, disse Renan.

Temendo novas derrotas, Mercadante pediu que a Câmara repasse ao governo uma lista de projetos prioritários para votar até o final do ano.

O Planalto prepara pente fino para discutir com a base e evitar o avanço de propostas que ampliem gastos, a chamada “pauta-bomba”.

O presidente da Câmara disse que reunirá líderes para fechar pauta de consenso, mas avisou que não pretende recuar de pautas incômodas.

Um projeto que deixa o Planalto em alerta é o das chamadas emendas impositivas, que obriga o pagamento de verba do orçamento destinada por congressistas a obras em seus redutos políticos.

Apesar de sua irritação com o Planalto, Alves afirmou que não será irresponsável:

“Conhecedor dos problemas do país, não cometeria nenhum ato de irresponsabilidade neste momento”.

Ex-ministra da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu n Senado a união dos partidos da base.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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