Dilma quer mudar 60% da equipe e tirar espaço do PT (*)

By | 15/11/2014 6:39 pm

(Folha da sexta)

Com desafios para superar na economia e na política, a presidente Dilma Rousseff fará a mais ambiciosa reforma ministerial de seu governo. Ela pretende reduzir o espaço do PT na Esplanada e mudar cerca de 60% dos cargos de primeiro escalão.

As negociações para a mudança na equipe que inaugurará o segundo mandato não começaram para a maioria dos postos. A única operação já em curso é para a escolha do titular da Fazenda.

Dilma tem conversado pouco sobre os seus planos para a equipe econômica. Na semana que vem, pretende falar com o ex-presidente Lula. Entretanto, seus subordinados duvidam que haja uma definição nos próximos dias.

Segundo assessores presidenciais, dois critérios vão pesar na escolha da nova equipe: representatividade política (o ministro terá de controlar sua bancada no Congresso) ou notabilidade na área em que for comandar.

Em diálogos recentes, Lula avisou a petistas que Dilma tem de repaginar seu ministério de maneira profunda e que o espaço do PT deve ser sacrificado com os futuros remanejamentos e demissões.

O PT, por exemplo, reconhece que pode perder Fazenda e Educação, duas pastas nas mãos da sigla desde 1º de janeiro de 2003.

Nenhuma das apostas para liderar a equipe econômica pertence à legenda. Entre os mais citados estão Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central no governo Lula), nome apoiado pelo ex-presidente; Nelson Barbosa (ex-número 2 da Fazenda na gestão Dilma), alternativa que tem a simpatia do PT e de empresários; e Alexandre Tombini, atual chefe do BC.

Auxiliares diretos da presidente têm dúvidas sobre a indicação de Meirelles, nome descartado por Dilma em reformas anteriores.

Esses interlocutores lembram que, durante a campanha, a então candidata fez um discurso muito forte contra banqueiros, e que pegaria mal nomear “um deles” agora. Outros auxiliares ponderam que a escolha de alguém chancelado pelo sistema financeiro afastaria a pecha de um governo “antimercado”.

No caso da Educação, a possível saída do PT do comando da pasta também não é trivial. O ministério terá, em 2015, a segunda maior verba para investimento da Esplanada (R$ 12,6 bilhões) –perderá apenas para os Transportes, com R$ 13,5 bilhões, hoje comandado pelo PR.

Dilma gostaria de nomear o governador Cid Gomes (Ceará) para a cadeira, mas este resiste por preferir um cargo no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), fora do país.

Para compensar a perda, o PT quer reconquistar o Ministério das Cidades, há anos nas mãos de partidos aliados.

A pasta é o quarto maior orçamento para investir (R$ 7,1 bilhões) e controla o Minha Casa Minha Vida, programa visto como ativo vantajoso para fazer política local por meio da entrega de residências nos mais variados municípios do país.

O problema é que há concorrência. O PP quer se manter no posto, e o PSD gostaria de conduzir seu presidente nacional, Gilberto Kassab, para lá. Dilma, no entanto, teria outros planos para o ex-prefeito de São Paulo, tido como bom articulador político.

A presidente deseja colocá-lo na Secretaria de Relações Institucionais, gabinete responsável pela interface do governo com o Congresso, uma das áreas mais sensíveis no próximo mandato.

Comentário do programaVai começar o grande balcão de negócios. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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