Denúncia de ex-gerente fragiliza comando da estatal (*)

By | 13/12/2014 9:11 pm

(Folha do sábado)

E-mails enviados por uma ex-gerente da Petrobras e revelados pelo jornal “Valor Econômico” indicam que a atual diretoria da estatal foi alertada sobre irregularidades em contratos da empresa muito antes do início da Operação Lava Jato, que revelou esquema de fraudes na companhia.

A revelação reforçou o coro de auxiliares presidenciais que já há algumas semanas defendem uma renúncia coletiva na estatal. Para estes, a saída da presidente Graça Foster é uma questão de tempo. Mas a presidente Dilma Rousseff ainda resistia à ideia nesta sexta-feira (12).

Para Dilma, explicam auxiliares, a queda de Graça reforçaria uma ideia errada de que a chefe da estatal está implicada no escândalo, além de deixar a própria presidente vulnerável. Graça e Dilma são muito amigas.

A presidente e os demais integrantes da atual diretoria da Petrobras vinham sendo blindados pelo Planalto sob o argumento de que não tiveram participação nos desvios de recursos e que desconheciam a ação do grupo do qual fazia parte Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e principal delator do esquema de fraudes na estatal.

Mas segundo o “Valor”, foram enviadas para Graça mensagens eletrônicas e documentos comunicando irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a presidência, em 2012, quanto depois. O mesmo ocorreu com o atual diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza.

De acordo com o jornal, Graça foi informada sobre contratações irregulares na área de Abastecimento durante a gestão de Paulo Roberto Costa e de aditivos nas obras da refinaria Abreu e Lima, envolvendo o cartel de empreiteiras investigadas na Lava Jato.

As denúncias foram feitas por Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente-executiva da área de Abastecimento, que foi subordinada de Costa.

Uma das mensagens para Graça foi enviada por Venina no dia 7 de outubro de 2011. Venina diz não ver mais alternativas para mudar a situação dos desvios na empresa e sugere apresentar a documentação que possui a Graça, então diretora de Gás e Energia.

Os desvios a que Venina se referiam foram revelados pela Folha em 2009.

Ela denunciou naquele ano que o então gerente de Comunicação da área de Abastecimento, Geovane de Morais, havia autorizado o pagamento de R$ 4 milhões, sem licitação, a duas produtoras de vídeo que trabalharam nas campanhas do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

Uma auditoria interna realizada pela Petrobras concluiu que foram pagos R$ 58 milhões em contratos autorizados por Morais mas cujos serviços não foram prestados. O governador disse que refuta veementemente qualquer suposta ligação dele ao caso.

As constatações de problemas comunicadas pela ex-gerente incluíram ainda contratações atuais de fornecedores de óleo combustível da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos, de acordo com o “Valor”.

Comentário do programa – Talvez a maior dificuldade de Dilma, as estas alturas seja encontrar alguém de sua confiança e de ficha limpa para comandar a Petrobrás. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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