Nova exigência para pensão começou na quarta

By | 17/01/2015 7:03 pm

(Folha da quarta)

Começou a valer nesta quarta (14) a primeira mudança na pensão por morte, uma das alterações em benefícios sociais anunciadas em dezembro.

A partir de quarta passou a ser exigido um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável para que o cônjuge receba a pensão.

As outras regras do benefício valem a partir de 1º de março. Quem já recebe o pagamento não será afetado.

As medidas são parte de esforço do governo de reduzir gastos em R$ 18 bilhões neste ano com pensões, seguro-desemprego, auxílio-doença e abono salarial.

Apesar de aliviarem o rombo previdenciário, que está em torno de R$ 50 bilhões, as restrições para o pagamento da pensão por morte ainda deixam brechas e ficam abaixo dos padrões internacionais.

Especialistas em previdência dizem que as alterações estão na direção correta, tornando mais criteriosa a entrada dos beneficiários e, assim, evitando distorções e fraudes.

Com as normais atuais, as pensões são vitalícias para todos independentemente da idade. Em 2013, havia no país pelo menos 500 viúvas de 15 a 19 anos que vão receber o valor para o resto da vida.

O professor de finanças da USP José Savoia diz que a inexistência de restrições torna a pensão por morte um dos itens mais preocupantes para o governo. Ele cita quatro fatores que aumentam os custos: a quantidade de recebedores, o valor, a duração do pagamento e as fraudes.

“Isso leva a um gasto que chega a 3% do PIB. O seguro-desemprego pega menos de 1%. A maioria recebe o valor total da aposentadoria, e o tempo de pagamento cresce com a expectativa de vida.”

O professor da faculdade de economia da USP Luís Afonso considera as regras do sistema previdenciário “muito frouxas” se comparadas internacionalmente.

Segundo estudo do Ministério da Previdência, entre 132 países, 78% exigem um mínimo de contribuições do segurado. Outros 77% estabelecem condições para cônjuges.

O fato de militares e servidores de Estado e municípios não serem afetados pelas novas regras também é apontado como fator que limita o impacto das mudanças.

Eles têm regimes próprios de previdência e continuarão recebendo da mesma forma.

“Em 2013, havia 149 mil pensionistas militares. É um grupo que está de fora e recebe pagamentos mais altos que a média”, diz Caetano.

Para especialistas, as novas regras são um primeiro passo para conter o rombo fiscal, mas passam longe da reforma exigida pelo envelhecimento da população.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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