Divisão de propina forçou ida de Aguinaldo Ribeiro para ministério, diz delator

By | 09/03/2015 5:57 am

(De O Globo, reproduzido pelo Patos Online)

A disputa dentro do PP pela divisão do dinheiro desviado de contratos da Petrobras provocou a troca do ministro das Cidades no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, segundo a delação do doleiro Alberto Youssef, operador do esquema. O grupo do então ministro Mário Negromonte (BA) passou a se “autofavorecer” na divisão do dinheiro enviado pelo doleiro, “em detrimento de repasses aos demais membros da bancada do PP”, diz o depoimento.

Essa iniciativa teria levado à reação de outro grupo, formado pelos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL) e pelos deputados Arthur Lira (AL), Eduardo da Fonte (PE) e Aguinaldo Ribeiro (PB). A liderança do PP foi assumida por essa ala, e o ministro acabou substituído por Ribeiro em fevereiro de 2012. Na ocasião, Negromonte pediu demissão se queixando de “fogo amigo”.

O Ministério das Cidades era da cota do PP no primeiro mandato de Dilma. Segundo Youssef, Negromente assumiu a tarefa de distribuir as propinas após a morte do ex-deputado José Janene (PR), em 2010. “No final de 2011 ou início de 2012, tal grupo passou a fazer repasses a menor das propinas oriundas da Petrobras para os demais integrantes do PP”, afirmou o doleiro.

Integravam o grupo de Negromonte o deputado federal Nelson Meurer (PR) e os ex-deputados federais João Pizzolatti (SC) e Pedro Corrêa (PE). A rebelião interna levou Ciro à liderança da legenda, e Ribeiro, ao ministério, ocupado por ele até maio de 2014.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também apontou a disputa interna no PP em sua delação. “Quando Ribeiro assumiu a cadeira junto ao Ministério das Cidades, na mesma época Ciro Nogueira assumiu a presidência do PP.

Durante esse período, os repasses ao PP se mantiveram constantes”, disse. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concluiu, na petição enviada ao STF, que as delações demonstram como a estrutura criminosa no PP “era estável e perene”.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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