Marcos Tavares, colunista do Jornal da Paraíba
Mente-se muito nesse nosso país. Mente-se tanto que fica difícil para o cidadão comum formular uma posição sobre esse desgoverno que assola a nação. Dilma vai à televisão dizer que vivemos uma crise conjuntural. É mentira. Vivemos uma crise que Lula e Dilma geraram no seu governo populista e irresponsável que não tem nada de conjuntural e que deve durar anos para ser debelada. O PMDB, por seu turno, acusa Dilma de ter protegido figurões do PT da lista de Janot e trabalhado para implicar líderes do partido no escândalo da Petrobras. É mentira. Ninguém precisa meter Renan em escândalos, pois ele já é um escândalo e o PMDB, na sua triste história de coadjuvante sempre recebeu as migalhas do poder e quando não se contentou com isso foi à fonte do dinheiro.
Dilma mente ao traçar uma crise mundial. Essa crise não existe, a economia americana está em franca recuperação e na Europa apenas Grécia e Espanha se debatem em problemas gerados pelos seus governos. Temos uma Alemanha forte, uma China pujante e a crise nacional não tem nada a ver com a economia mundial. Veja-se a alta do dólar. Toda ela foi gerada por questões locais não por injunções internacionais. Nós é que despencamos enquanto o mundo passa fagueiro por nós. Dilma diz que o governo corta gastos, mas nenhum ministério foi extinto e continuamos nessa festa de cargos e salários. Onde o governo corta gastos? Corta no PAC que nunca foi pra frente. Corta onerando impostos e diminuindo as vantagens trabalhistas conquistadas a duras penas.
Mentem Lula e Dilma com a eterna cantilena das elites. Não é a elite que chia, essa sempre viveu bem e viverá melhor ainda com a crise. Quem reclama quem bate panelas e vai às ruas é a classe média sacrificada com tributos cada vez mais altos, inflação desenfreada e sem perspectivas para o futuro. Quem grita são os operários demitidos em massa, os sem empregos e os que recebem salários aviltantes porque a corda sempre rebenta do lado mais fraco. E de mentira em mentira vive esse país, mentindo descaradamente como se fôssemos todos idiotas, na certeza de que o bolsa família lhes garantirá o poder e que o exército de Stédile reinará soberano sobre a democracia.