Pressão do PMDB obriga Dilma a demitir ministro (*)

By | 22/03/2015 6:49 am

(Folha da quinta)

Enfrentando protestos de rua e reprovada por 62% da população antes de três meses de governo, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a aceitar a demissão do seu ministro da Educação, Cid Gomes, para evitar que o PMDB deixasse de apoiá-la na Câmara e agravasse ainda mais a crise política.

Em uma situação inédita e constrangedora para o Planalto, a demissão de Cid (Pros-CE) foi anunciada em primeira mão pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto de Dilma.

O anúncio foi feito nesta quarta (18) depois de uma sessão tumultuada no plenário da Câmara convocada para que o então ministro explicasse sua frase de que na Casa há “400, 300 achacadores”, gravada durante uma reunião dele com estudantes no Pará.

Cid chegou a ensaiar um pedido de desculpas a alguns parlamentares, mas acabou dando estocadas em deputados governistas infiéis, instando-os a “largar o osso”, e atacou o PMDB.

“Tinha um que só tinha cinco [ministérios]. Criou dificuldades, criou empecilho, conquistou o sexto. Agora quer o sétimo. Vai querer o oitavo. Vai querer a Presidência.”

Irritada, a cúpula do PMDB avisou a presidente que o partido abandonaria a base aliada caso o ministro, nome da cota pessoal de Dilma no seu segundo mandato e seu defensor de primeira hora, não fosse demitido.

Assim que Cid abandonou o plenário, após ter sido chamado de palhaço e de ter a palavra cortada por Cunha, o presidente da Câmara disse que iria votar um projeto que ameaça o ajuste fiscal –a extensão do aumento real do salário mínimo a todos os aposentados da Previdência.

A bomba estava armada, obrigando a intervenção de assessores de Dilma. Logo após deixar a Câmara, Cid atravessou a praça e foi para o gabinete da presidente no Planalto. Formalizou a demissão, já um fato consumado àquela altura.

Do gabinete presidencial, ao lado de Dilma, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) ligou para Cunha avisando que estava cumprido o que exigira o PMDB. Cunha deu a notícia ao plenário, de sua cadeira, antes do Palácio.

Para auxiliares de Dilma, Cid poderá sair bem do episódio junto à opinião pública, como alguém que enfrentou deputados, deixando o ônus do caso com a ex-chefe.

Comentário do programaTremendamente enfraquecido o Governo Dilma vai se render a todo tipo de chantagem do PMDB.  (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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