(Angélica Nunes, no Jornal da Paraíba)
Pelo menos três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), ainda fruto das eleições passadas para o governo do Estado, foram agilizadas sexta pelo corregedor regional eleitoral da Paraíba, desembargador José Aurélio da Cruz. A parte das farpas trocadas entre os protagonistas do pleito eleitoral, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e o governador Ricardo Coutinho (PSB), um terceiro turno tem sido disputado na Justiça Eleitoral desde o resultado das eleições.
Ao todo, tramitam no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), oito Aijes impetradas pela coligação “A Vontade do Povo”, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), e cinco movidas pela coligação “A Força do Trabalho”, que saiu vitoriosa com a reeleição do governador Ricardo Coutinho. Além delas, ainda há uma outra movida pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) contra o governador reeleito. O tucano também moveu uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) para tentar reverter a diplomação, que corre em segredo de justiça.
Desde que assumiu a corregedoria, e consequentemente a relatoria das Aijes, no último dia 20 de março, José Aurélio tem se empenhado para dar andamento às Aijes para que sejam concluídas o mais célere possível. Em uma delas, movida por Cássio por uma possível invasão arbitrária ao seu comitê jurídico de campanha, na qual foi realizada audiência ontem, o relator pediu ao delegado-geral de Polícia Civil para que deposite, no prazo de 10 dias, a patente, nome e a identificação dos policiais envolvidos na operação.
Em uma das movidas por Ricardo Coutinho contra Cássio e diversos jornalistas, sob a alegação de abuso econômico, também movimentada ontem, o relator designou para o dia 15 de maio a oitiva das testemunhas elencadas pelas partes. Em todos os casos, segundo José Aurélio, em despacho, “elas terão que comparecer independentemente de intimação”.
Acusado de tentar provocar um terceiro turno pelo governador Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima nega que tente ganhar a eleição no “tapetão”. O tucano, que perdeu o mandato em 2009, para o senador José Maranhão, via eleitoral, tem colocado os advogados em plantão permanente no TRE-PB para movimentar os processos. Cássio chegou recentemente a questionar a imparcialidade da Justiça devido à rapidez com seu processo de cassação foi julgado naquele ano. O advogado Harrison Targino, entretanto, afirmou que, apesar das declarações de Cássio, a coligação acredita no trabalho do Judiciário paraibano.