Sem acordo, Sinfemp mantém greve para quarta-feira em Patos (*)

By | 18/04/2015 7:48 pm

(Marcos Eugênio) 

Essa é a reação do SINFEMP – Sindicato dos Funcionários Municipais de Patos e Região sobre a postura da Prefeitura de Patos de não conceder qualquer tipo de aumento aos servidores, os quais já acataram a decisão de entrarem em greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira 22.

A diretoria do Sindicato manteve reunião ontem e hoje (sexta-feira 17) com representantes da prefeita Francisca Motta para rodas de negociação, porém contraproposta foi enviada pelo Executivo, segundo a presidente do Sinfemp, Carminha Soares.

Ela diz que o Sindicato, conhecedor da crise comum a todas as esferas administrativas, propôs o mínimo de aumento possível para os servidores, com acréscimo de R$ 25,00 para auxiliar de serviço gerais, R$ 39,00 para um técnico de enfermagem e R$ 165,00 para quem tem nível superior.

A planilha foi levada pelo procurador do Município para ser analisada e na volta, reunião desta sexta, a explicação foi de que não há possibilidade de concessão de nenhum valor de aumento. “Esses valores irrisórios que pedíamos, não chegaria nem a R$ 100 mil no impacto da folha de pagamento. Como não há proposta concreta para quem não teve aumento este ano, a greve geral está confirmada para quarta 22”, disse Carminha, contrariada pela decisão do Executivo local.

O vice-presidente do Sindicato, José Gonçalves, disse que há insensibilidade da gestão pública para com os servidores e cita que o impacto do aumento pedido não atingira R$ 12 mil na educação. “Será que reduzindo o aluguel de carros não daria para economizar esses R$ 12 mil e atender assim a 331 auxiliares de serviços gerais”, questiona Gonçalves. Ele afirma que a prefeita Francisca Motta está sendo intransigente e não querer conceder aumento salarial para a categoria e cita os recursos de R$ 12 milhões mensais recebidos pela Prefeitura. Lamentou que nem o repasse pelas perdas geradas pela inflação, de 6,3%, a Prefeitura que fazer.

José Gonçalves diz que a Prefeitura mantém só com folha de contratados e comissionados o valor de R$ 1,1 milhão e sugere que haja redução desses quadros e assim atenda a reivindicação dos efetivados via concurso público.

Outra queixa de Gonçalves é com a blindagem que estão fazendo em torno da prefeita Francisca Motta, com quem o Sindicato só se reuniu uma vez este ano. “A prefeita Francisca Motta terceirizou, de acordo com o PL 4.330, a revisão da questão salarial dos servidores. Ano passado ela recebeu 33 categorias. Hoje apenas os secretários, contadores participam das conversas. Os secretários usam de todas as artimanhas para dizerem que não dá para o município oferecer aumento. Sabemos da crise, mas nem por isso a Prefeitura deixa de receber recursos todo mês”, desabafou o vice-presidente.

Ele disse que espera que o pagamento do PMAQ, que era pra ter sido repassado aos servidores desde o ano passado, seja cumprido na segunda-feira 20 (nível básico, médio e técnico) e no dia 10 de maio aos profissionais de nível superior.

Comentário do programaEntendemos que a grande vítima da greve não é a administração municipal como acontece nas greves da iniciativa privada onde quem tem prejuízo com a greve é o patrão. Se as escolas fecham, pais e alunos ficam no prejuízo. Se fecham um posto médico quem se prejudica são os doentes e assim, por diante. Por isso entendemos         que só se deve decretar uma greve depois de esgotar todas as possiblidades de negociação. A discussão deve ser um jogo aberto. Sindicato apresentar sua proposta e o poder público abrir suas contas e mostrar até onde pode atender as pretensões dos seus servidores ou se impossível atende-las mostrar por que não o faz. Não adianta simplesmente negar sem provar que não pode pagar. O sindicato levanta algumas alternativas, como reduzir a locação de veículos. Mas será que esta locação não é imprescindível para o funcionamento de determinados serviços? Será que é possível reduzir contratados e comissionados sem comprometer o funcionamento da máquina administrativa? Uma greve inconsequente (não estou aqui a fazer nenhum julgamento) só tem como resultado prejudicar a população. Greves na escolas em João Pessoa e outras cidades da região metropolitana terminaram sem qualquer conquista para os trabalhadores e os alunos agora estão ameaçados de ficarem sem férias de meio de ano ou só terminarem o ano no começo do próximo ano. Será que vale a pena fazer greve a este preço? (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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