(Luis Carlos, no Patos Metropole)
O maior jogador de todos os tempos foi Pelé. Não foi somente o maior jogador do mundo, ele foi eleito o “Atleta do Século”. Ou seja, entre todos de todas as modalidades, Pelé foi escolhido o melhor e mais importante de todos. Saudado e homenageado em todos os cantos do mundo, ele era a própria imagem do Brasil. Antes da globalização e da internet, muitos povos só tinham conhecimento do nosso país, por causa do nome “Pelé”. Mas o que tem a ver Pelé com o futebol de Patos?
Na década de 60, o futebol paraibano estava em alta. Campeonatos fortes, com equipes bem preparadas como Botafogo, Campinense e Treze, verdadeiros esquadrões do futebol nordestino. À época, nossas equipes se comparavam aos grandes clubes do Nordeste, tanto, que o Campinense chegou a conquistar um campeonato da região nordestina, desbancando equipes como Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz, Náutico, Fortaleza, Ceará, entre outras.
Em 1969, o Botafogo da Paraíba formara um time espetacular e, com esse time, conquistou o tri-campeonato, fazendo uma campanha invejável. A diretoria botafoguense resolveu, então, presentear a sua torcida com uma grande festa. Era preciso fazer um acontecimento de “gala” para homenagear os heróis daquele Tri. Foi, aí, que surgiu a ideia de convidar o Santos de Pelé, o maior clube do mundo naquele tempo. A Paraíba todo ficou em polvorosa. Além de ter o maior time do mundo em seu território, existia a expectativa que o “Rei do Futebol” marcasse seu milésimo gol em território paraibano (Pelé terminou o jogo no gol pra não fazer o milésimo gol na Paraíba).
O Santos foi convidado para a festa de entrega de faixas pelo tri campeonato. A maior equipe do planeta, que encantava o mundo por onde passava, estava em solo paraibano com a missão de fazer uma partida amistosa em comemoração à conquista do Tri. Um jogador patoense era o grande ídolo do Botafogo, e seria homenageado no meio de todas as estrelas presentes. Este jogador era Dissô, eleito um dos melhores atacantes daquela memorável campanha botafoguense. Ele que havia saído do Nacional para brilhar com a camisa do Botafogo, um dos melhores times do Nordeste naquele ano. Quando as duas equipes entram em campo, todos os olhares se dirigiram para Pelé. Equipes perfiladas, chega, então, o momento da entrega das faixas. De repente, Pelé se dirige e coloca a faixa de tri campeão paraibano no peito de Dissô. A emoção toma conta de alguns patoenses que estavam presentes no estádio, enquanto toda a cidade de Patos era só orgulho com o filho ilustre. Dissô, com muita tranquilidade e com um sorriso de satisfação, aperta a mão do rei num momento único e histórico. O que Pelé falou para o jovem craque patoense, eu não sei. Só sei que foi assim, através de Dissô, que Patos também entrou na história do “Rei do Futebol”.