Após morte de Cristiano Araújo, músicos passam a usar cinto nas turnês

By | 27/06/2015 9:47 pm

 

Todo artista precisar fazer turnês para levar suas músicas aos fãs. Por mais que eles tomem diversos cuidados antes de cair na estrada, o risco de que algum acidente aconteça nas viagens entre uma cidade e outra nunca é zero. O acidente de carro que matou o cantor Cristiano Araújo e sua namorada Allana, na última quarta-feira (24), é o exemplo mais recente disso.

         Há diversos fatores que contribuem para aumentar o risco de uma tragédia. Entre eles, pode-se citar agenda de shows apertada, grandes distâncias que os músicos devem percorrer em pouco tempo e o cansaço de sua equipe, além do hábito de não usar cinto de segurança no banco traseiro. Para saber mais sobre as dificuldades enfrentadas durante as turnês, o UOL conversou com alguns músicos acostumados à vida na estrada.

         Muitos deles revelaram que, assim como Cristiano Araújo, não tinham o costume de usar o cinto de segurança no banco traseiro. É o caso do cantor sertanejo Bruno Araújo. “Muitas vezes deixei de usar o cinto no ônibus, na van ou no carro. Notícias como essa nos fazem refletir”, contou.

O cantor Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas Roque Clube, por sua vez, comentou em seu perfil nas redes sociais a importância do cinto de segurança. “Sabemos o quão arriscado é esse trabalho e o quanto nos dedicamos para chegar até onde o povo está. É importante usar o cinto de segurança. Mesmo quando estamos no banco de trás, hábito que confesso não ter e que adotarei daqui para frente”, revelou.

Em entrevista ao UOL durante o velório de Cristiano Araújo, Mariano, da dupla Munhoz & Mariano, disse que também não usava o cinto de segurança no banco de trás. “Não uso cinto de segurança no banco traseiro. Ontem [terça-feira], não sei se por uma mensagem de Cristo, puxei o cinto”, contou o sertanejo, que havia acabado de fazer um show em Santa Fé do Sul (interior de São Paulo. “Então, fica a lição. Às vezes, a gente tem que apanhar para aprender.”

Saimon, vocalista do Grupo do Bola, contou que, após a exposição que a banda teve no programa “SuperStar” no ano passado, o ritmo de shows ficou puxado. “Fazíamos shows todos os dias”, disse. Em dezembro de 2014, a van onde o grupo estava capotou quatro vezes, deixando gravemente ferido Felipe Freitas, trompetista da banda. “Ele quebrou os ossos da face e só voltou a tocar conosco há três semanas”, contou o vocalista. Segundo Saimon, o colega teve que fazer uma cirurgia para reconstruir o lado esquerdo do rosto. O acidente ocorreu de madrugada em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, durante uma tempestade. “Às vezes ficamos semanas fora de casa, e a saudade aperta. Por mais que a gente queira voltar mais rápido, o melhor é não se descuidar.”

Acostumado com uma rotina de muitos shows, o cantor Giovani –que fazia parte da dupla Gian & Giovani— lembra que o sucesso o fez conhecer quase todo o Brasil e a se acostumar a viver nas estradas. “Há algum tempo, eu tento dormir na cidade após o show”, disse. “Quando estou de carro, tenho o hábito de eu mesmo dirigir. Temo muito pela minha vida e dos passageiros que estão comigo. Um carro leva vidas em seu interior e é realmente uma arma letal.”

Já Marcão, ex-guitarrista do Charlie Brown Jr. e atual vocalista da banda Bula, diz conhecer bem a correria das turnês. “A estrada é sempre preocupante porque é onde você se expõe a qualquer tipo de eventualidade. O condutor deve sempre ser poupado para poder descansar o máximo possível entre uma apresentação e outra”, explicou.

Para o cantor e compositor Michael Sullivan, um bom jeito de prevenir acidentes é optar por viajar de dia durante as turnês. “A principal medida é evitar a viagem à noite. Prefiro até não fazer um show”, disse.

O rapper paulistano Rashid fala da importância de o motorista não estar cansado. “Estrada é sempre preocupante. Sempre vamos com o mesmo motorista, que se tornou praticamente um membro da equipe. Sabemos que é um cara que não hesitaria em parar se estivesse com sono.”

Digão, vocalista e guitarrista do Raimundos, por sua vez, é grato pelo fato de a banda nunca ter sofrido um acidente em suas viagens pelo país. “São 21 anos de estrada. Graças a Deus, sem nenhum incidente grave.”

 

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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