Governo discute propostas para Previdência (*)

By | 10/10/2015 10:05 pm

 

(Folha na quarta)

O novo ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta terça-feira (6) que o governo federal deve apresentar ainda em outubro propostas para fazer mudanças nas regras previdenciárias.

Durante a cerimônia de transmissão do cargo –realizada nesta terça-feira–, o petista disse que essas alterações serão discutidas previamente em fóruns criados pela presidente Dilma Rousseff e que, além de pessoas do governo, reúnem representantes de sindicatos e empresas.

“Temos duas mudanças demográficas que alteram as condições de financiamento [da Previdência]”, afirmou o ministro, mencionando a queda da natalidade e o aumento da expectativa de vida.

“É importante apresentarmos propostas que possam combinar um conjunto de benefícios e direitos previdenciários com a sustentabilidade duradoura do sistema.”

O ministro afirmou ainda que, no curto prazo, a sustentabilidade da Previdência depende da aprovação da volta da CPMF, tributo que incide sobre movimentações financeiras, de 0,2% a partir de 2016. Mas que, no longo prazo, são necessários aperfeiçoamentos no sistema.

Se o imposto for aprovado no Congresso Nacional, o governo espera arrecadar cerca de R$ 32 bilhões no ano que vem, de acordo com as projeções apresentadas.

“Várias iniciativas foram debatidas no primeiro semestre. Neste momento, o Congresso está discutindo. E o governo está preparando durante o mês de outubro outras medidas que serão apresentadas nesses fóruns”, disse.

Os parlamentares analisam a medida provisória que cria uma alternativa ao fator previdenciário, a fórmula 85/95 (soma da idade e do tempo de contribuição para mulheres e homens) móvel.

O ministro disse que fixar uma idade mínima de aposentadoria “faz parte da agenda” do governo federal.

Rossetto foi nomeado na segunda (5) para comandar o novo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, que surgiu da fusão das duas antigas pastas na reforma ministerial anunciada na sexta-feira da semana passada.

Reservadamente, assessores presidenciais avaliam que o novo ministro da área tende a defender mais os trabalhadores e movimentos sociais, dificultando o fechamento de uma reforma efetiva da Previdência.

Assessores próximos ao petista disseram que ele é “alinhado com a presidente”, e que vai prevalecer a decisão que ela tomar sobre o tema.

Comentário do programaNós não podemos olhar a questão do nosso ponto de vista pessoal. Quem está em vias de se aposentar não quer nem ouvir falar em aumento da idade de aposentadoria. Mas, e o outro lado da questão? De que adianta a gente se aposentar se amanhã a Previdência quebrar? Aí, “nem mel nem cabaço”. A Previdência deveria pagar a aposentadoria de uns com o recolhimento de quem ainda está trabalhando. Como o recolhimento de quem trabalha é em torno de 20% (vinte por cento), contando o que é descontado do trabalhador e o que é recolhido pela empresa, são necessários cinco trabalhadores para pagar um aposentado. Acontece que, quando se criou a previdência a expectativa de vida era de sessenta e cinco anos, assim pouco gente ia receber a aposentadoria. Hoje a expectativa de vinte é de setenta e cinco anos, ou seja, quem se aposentar com sessenta e cinco anos receberá o mínimo durante mais dez anos. Se morrer antes disso, a viúva fica recebendo. Se for uma viúva mais nova do que o finado, pode receber a pensão até por mais tempo do que ele receberia. Por aí se vê, que a despesa da Previdência só faz aumentar. Como o governo pensa criar a CPMF para cobrir o rombo da Previdência, todos vamos pagar a conta. E se o rombo não for coberto vão ter que inventar outro imposto e assim por diante. Ou seja, qualquer dia, o Governo vai ter que aumentar a idade mínima de aposentadoria. Como uma das causas do rombo na Previdência são as fraudes nas aposentadorias e outra é o grande número de trabalhadores que não têm carteira assinada e não recolhem INSS, outra saída para o Governo, talvez melhor do que criar a CPMF é aumentar a fiscalização tanto dos fiscais do trabalho como dos fiscais da Receita que fiscalizam os recolhimentos para a Previdência. Para isso, o Governo teria que aumentar o número de fiscais e lhes dar condições de aprofundar a fiscalização. Cada nova carteira assinada é mais um trabalhador pagando INSS. E cerca de trinta por cento dos trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada. A Fiscalização do Trabalho se for fortalecida pelo Governo pode dar importante contribuição para tapar o rombo da Previdência. A mesma coisa podem fazer os que fiscalizam a Previdência. Fiscalizando as empresas que não recolhem o INSS e coibindo os que recebem de modo fraudulento. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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