Dilma tenta frear operação de Cunha pelo impeachment

By | 11/10/2015 6:37 am

 

(Folha neste domingo)

Com a ameaça de ser deflagrado processo que pode ter como desfecho o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Planalto articula estratégia para frear a movimentação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Com a revelação de novas denúncias contra o peemedebista, o governo tentará carimbar nele a imagem de que age por motivos pessoais, ou seja, por vingança contra a petista.

É uma tentativa de enfraquecer sua legitimidade para dar prosseguimento a um pedido de afastamento da presidente.

Em outra frente, a presidente escalou ministros peemedebistas -como Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação) e Henrique Eduardo Alves (Turismo)- para monitorar o comportamento da bancada do PMDB na Câmara e evitar que deputados federais da sigla reforcem o movimento na Casa Legislativa.

Adversário do governo, Cunha indicou a assessores e aliados que anunciará na terça-feira (13) sua decisão sobre o pedido de impeachment ingressado na Câmara pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

A tendência é que ele arquive o pedido, o que levará a oposição a ingressar com um recurso em plenário, que poderá prosperar se tiver a aprovação da maioria simples na sessão parlamentar.

Nesse caso, seria criada uma comissão especial para analisar o tema e a presidente só é afastada se o processo de impeachment for formalmente aberto, o que ocorre com o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados federais.

Na reunião ministerial da última quinta (8), os ministros peemedebistas se comprometeram a fazer encontros semanais, às segundas-feiras ou terças-feiras, com os deputados federais do partido para medir a temperatura da bancada federal.

O PMDB é considerado pelos partidos de oposição ao governo federal o fiel da balança para a conquista dos apoios necessários para a aprovação do recurso no plenário da Casa Legislativa.

Preocupada com o início do processo de impeachment, ao qual chamou na última semana de “golpe democrático à paraguaia”, a presidente reuniu-se neste sábado (10) com o núcleo duro do Palácio do Planalto e marcou para a manhã da terça-feira (13) reunião da coordenação política para definir uma contraofensiva à articulação na Câmara dos Deputados.

Na sequência, o ministro Ricardo Berzoini (Governo) se reunirá no Palácio do Planalto com líderes da base aliada para repassar a orientação do governo federal e estruturar um discurso comum em defesa do mandato da petista.

A avaliação do Planalto é de que, caso o recurso da oposição seja aprovado no plenário da Câmara dos Deputados, será difícil reverter o afastamento da petista.

AÇÃO NO STF

Numa outra frente, deputados do PT e do PCdoB recorreram ao STF(Supremo Tribunal Federal) para tentar barrar manobra acertada entre Cunha e a oposição que pode levar ao plenário da Casa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Os deputados Wadih Damous (PT-RJ), aliado do ex-presidente Lula, Paulo Teixeira (PT-SP) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) ingressaram com pedidos para que o STF invalide o procedimento estabelecido por Cunha em caso de rejeição dos pedidos de impedimento.

Na reclamação, Paulo Teixeira alega que todo o rito traçado por Cunha fere a Constituição e a própria lei do impeachment, uma vez que ele adotou normas previstas pelo Regimento Interno da Câmara para tratar do impeachment.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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