Ministro Teori Zavascki imprime seu ritmo à Operação Lava Jato (veja comentário)

By | 12/12/2015 10:00 pm

 

(Frederico Vasconcelos, em 08/12/2015, na Folha)

Ao determinar a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o ministro Teori Zavascki pode ter alimentado em alguns círculos a ideia de que será uma espécie de “novo Joaquim Barbosa” no STF (Supremo Tribunal Federal).

Zavascki e Barbosa, que deixou a corte em julho do ano passado, têm perfis distintos, mas são considerados julgadores duros e firmes por investigadores da Operação Lava Jato.

O primeiro é introspectivo e reservado. O segundo, irascível, explosivo.

O voto de desempate de Zavascki na ação penal do mensalão permitiu absolver os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino do crime de quadrilha. Colocou Joaquim e Teori em posições distintas e distantes. E animou advogados que –um ano atrás– apostavam no ministro do STF para conter o juiz Sergio Moro.

Era também uma falsa impressão. A Lava Jato não chegaria onde chegou se Zavascki não tivesse revisto uma decisão sua, a pedido do juiz federal Sergio Moro, e mandado Paulo Roberto Costa de volta para a cadeia. O gesto raro viabilizou a delação do ex-diretor da Petrobras e o avanço da investigação.

Já as diligências contra Delcídio poderiam ter sido detonadas bem antes de sua prisão. Em abril, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a Zavascki o arquivamento dos autos envolvendo o senador petista. Em sua delação, Costa afirmara ter ouvido dizer que o senador teria recebido valores ilícitos da francesa Alstom.

Zavascki arquivou. Mas registrou que, ainda que considere “improcedentes as razões invocadas pelo Ministério Público”, o STF tem que acolher o pedido, pois o titular da ação penal [Janot] sustentara que as afirmativas de Costa eram muito vagas.

O ministro, porém, revogou o sigilo do caso. Entendeu que é importante, “até mesmo pelos valores republicanos”, que a sociedade tome conhecimento dos fatos. Seguiu os passos de Barbosa, que permitiu à imprensa amplo acesso aos autos do mensalão.

Barbosa era malquisto por advogados. Zavascki determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de dois escritórios de advocacia para apurar a origem dos honorários.

No mensalão e na Lava Jato, ministros que não são criminalistas são colocados diante do mundo real da criminalidade sofisticada, diferente do julgamento frio e filtrado dos recursos.

“O caso de Delcídio e André Esteves [banqueiro preso] deu aos ministros do STF a oportunidade de sentir pela primeira vez o amargo gosto que juízes criminais de primeira instância sentem corriqueiramente quando se defrontam com crimes de poderosos”, diz um procurador.

Comentário do programaA Operação Lava Jato continua as suas investigações, continua prendendo “gente grande” e denunciando toda qualidade de maracutaias feita com nosso “rico dinheirinho” que falta para saúde, educação e segurança e sobra para enriquecer políticos e seus amigos. Esperamos que os Tribunais Superiores mostrem ao povo brasileiro que lei foi feita para punir grandes e pequenos, ricos e pobres, “de colarinho branco” ou “de mangas de camisa”. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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