(Jornal da Paraíba)
O despejo de esgoto sem tratamento nos rios e córregos, ao longo dos anos, além de afetar a qualidade dessas águas, tem se tornado um problema ambiental, social e de saúde pública. Dados do Instituto Trata Brasil apontam que mais da metade da população do país não possui acesso aos serviços de saneamento básico.
Na Paraíba, as estatísticas não são menos alarmantes, apenas 25,32% do esgoto produzido é coletado, e desse discreto percentual, apenas 33,22% é devidamente tratado, estando apto a ser devolvido para a natureza.
Isso acontece porque apenas 21 municípios contam com esgotamento sanitário, de acordo com informações da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
No Estado, portanto, 91% das cidades, 202, não têm esse serviço. E mesmo possuindo sistema de esgotamento sanitário, a universalização da coleta não existe em nenhuma delas. Das 21 citadas, Campina Grande é a que mais se aproxima dessa conquista, pois já coleta cerca de 75% do seu esgoto.
O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, comentou que a execução de obras de esgotamento sanitário, embora seja uma demanda antiga e muito cobrada, encontra o obstáculo na falta de recursos.
“Isso é uma questão de recursos, pra fazer uma obra de esgotamento sanitário precisa de verbas. Os municípios têm vontade de resolver a situação, mas o governo federal nunca teve um programa específico para enfrentar diretamente esse problema”, afirmou.