Governador derruba data-base e não concede reajuste a servidor

By | 30/01/2016 9:30 pm

 

(LENILSON GUEDES)

Os servidores do Estado não terão reajuste na data-base, que é 1º de janeiro, até segunda ordem. A informação foi dada ontem pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) durante entrevista na Rádio Tabajara. Segundo ele, a crise econômica que atravessa o país não permite a concessão de nenhum reajuste salarial para o funcionalismo estadual neste momento. “Eu não posso simplesmente trabalhar com coisas que não dependem da Paraíba. Eu quero o mais rápido possível fazer com que isso aconteça”, disse o governador, que não soube precisar uma data.

Ele falou das dificuldades financeiras do Estado para honrar os seus compromissos. Lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) já foi ultrapassada, não apenas pelo Poder Executivo, mas por todos os Poderes (Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas e Ministério Público). A queda da receita teria sido a causa principal para o Estado ter extrapolado a LRF. “É uma situação muito difícil”, afirmou o governador, destacando que o impacto sobre a Receita Corrente Líquida é 63,15%, quando a lei prevê no máximo 60%.

Sobre o pagamento da folha de pessoal, ele garantiu que não haverá atraso. Inclusive anunciou para a próxima sexta-feira, dia 29, o início do pagamento referente ao mês de janeiro, com o aumento do salário mínimo. Serão R$ 306 milhões, sendo R$ 6,5 milhões referentes ao impacto do novo mínimo. Haverá também uma correção nos salários dos professores que ganham abaixo do piso nacional. A medida, segundo o governador, beneficiará 1.375 profissionais, a maioria inativos. Já para as demais categorias, não há previsão de aumento.

“Eu não posso nesse momento simplesmente aplicar um reajuste sem que o Estado tenha como pagar. Todo mundo sabe disso. O nosso esforço é manter o pagamento em dia e no momento adequado nós vamos estabelecer o reajuste”, destacou Coutinho, para quem a situação da Paraíba ainda chega a ser melhor que a de muitos estados, que atrasaram os salários dos servidores. “O Estado, para desespero dos derrotados, está sendo muito bem governado. É um Estado pujante, que quando abre uma licitação aparecem 20 empresas trocando tapas para poder entrar, porque sabem que aqui recebem”.

Em janeiro de 2015, o governador Ricardo Coutinho anunciou um reajuste de 1% para grande parte do funcionalismo. Na época, ele também se queixou da crise para não conceder um aumento maior. “O cenário econômico nacional, que tem reduzido o repasse de recursos do Fundo de Participação dos Estados e, consequentemente, abalado o volume das receitas estaduais, aponta para um quadro de alerta e para necessidade de medidas financeiras responsáveis”, destacou ele.

O secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Tárcio Pessoa, afirmou que a projeção do Fundo de Participação dos Municípios (FPE) para 2016 não é nada animadora. Apenas no comparativo do primeiro decênio deste ano, o volume de repasse do FPE é 40% inferior ao mesmo período do ano passado, quando foi destinado para a Paraíba um total de R$ 156.61 milhões, com valor corrigido pelo IPCA-A. Em 2014, quando o país ainda não respirava a crise, o repasse chegou a R$ 183,18 milhões (corrigido). Outra preocupação do governo é com as receitas próprias. Segundo Tárcio, o ICMS está com queda prevista de 10% em relação a janeiro de 2015.

Comentário do programaComo o Estado não fabrica dinheiro e só pode gastar o que arrecada, resta aos funcionários um consolo. É melhor ficar sem aumento do que ficar sem o emprego. (LGLM) 

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Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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