Disputas internas têm dividido o partido, e três parlamentares podem deixar a sigla.
ANGÉLICA NUNES, no jornal da paraíba
Diante dos embates políticos internos, o PMDB da Paraíba acabou virando uma colcha de retalhos mal costurada por interesses particulares. A dificuldade enfrentada pelo presidente estadual do partido, senador José Maranhão, tem sido a de construir uma unidade em prol da disputa eleitoral, sobretudo em João Pessoa e Campina Grande, onde a legenda é tida por outros partidos como o fiel da balança.
A briga interna tem respingado, inclusive, nas decisões no cenário nacional, como na escolha do deputado Veneziano (PMDB) para vice-líder do partido na Câmara. O peemedebista foi apontado como um dos votos contrários à indicação do deputado Hugo Motta (PMDB) para líder do partido na Casa, o que teria contrariado Motta. Sem querer se alongar no assunto, Veneziano trata o tema como “fuxico” e diz que Hugo conhece sua postura.
Na disputa em João Pessoa, as brigas paroquiais ainda giram em torno da pré-candidatura do deputado Manoel Junior (PMDB) para prefeito. Uma ala dos correligionários, liderada pelo deputado Gervásio Maia (PMDB), ainda se articula para apoiar a candidatura do secretário João Azevedo, mesmo após José Maranhão ter decidido pela candidatura própria.
Maia, que vai assumir a presidência da Assembleia Legislativa a partir do próximo ano, graças a uma articulação política dos governistas, declarou que deve aproveitar a “janela da infidelidade” para deixar o PMDB e se filiar ao PSB do governador Ricardo Coutinho. O deputado licenciado Trócolli Junior, que está na Secretaria de Articulação, já mandou o recado para os dirigentes do PMDB de que vai seguir Maia.
Mais isolado ainda no PMDB da capital, o vereador Fernando Milanez é outro que deve deixar o partido. Ele é o único parlamentar mirim da sigla em João Pessoa. Maranhão diz que só vai se pronunciar sobre debandada quando ela virar fato.
Comentário do programa – Os nossos políticos não têm mais ideologia, não obedecem mais a uma linha partidária. Todos eles só se preocupam com os seus interesses pessoais. A atividade política não visa mais o interesse público, mas pura e simplesmente virou um negócio. Cada político procura estar onde houver mais vantagens para ele. O eleitor que votou nele “que se dane”. Se vendeu o voto já deve ter recebido o pagamento. Se não vendeu (foi iludido com falsas promessas) ou não recebeu fez papel de “besta”. O grande exemplo são os vereadores. Você confia o seu voto a ele e, mais na frente, ele se vende ao prefeito que ganhar a eleição. (LGLM)