(Simone Kafruni, no Correio Braziliense)
Os mercados operaram em clima de euforia na sexta, com a ação da Polícia Federal que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento sobre benefícios que teria recebido de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato. A operação reforçou as apostas em um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff por conta do envolvimento da cúpula do PT no esquema de corrupção da Petrobras. O efeito contundente dos rumos da política no mercado financeiro deixou claro que, para os investidores, só o afastamento do atual governo poderá garantir o fôlego necessário para que a economia do país saia do atoleiro.
Logo após a condução coercitiva de Lula pela PF, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) abriu em forte alta e chegou a superar os 50 mil pontos, com valorização de quase 6% no início do pregão. No fim do dia, o Ibovespa fechou com ganho de 4,18%, aos 49.166 pontos. O dólar caiu abaixo dos R$ 3,70, mas reduziu as perdas e registrou queda de 1,09%, a R$ 3,76, valor mais baixo desde 9 de dezembro de 2015. Na semana, a desvalorização da moeda foi de 5,93%, o maior recuo semanal desde outubro de 2008. No mês, a divisa norte-americana acumula baixa de 6,06% e, no ano, de 4,74%.