(Josias de Souza, no Uol Online, 20/03/2016)
O governo e seus símbolos estão submetidos a uma atmosfera apocalíptica. Além de reprovar Dilma (69%), a maioria dos brasileiros deseja o seu impeachment (68%) ou a sua renúncia (65%). Para piorar, mais da metade do eleitorado (57%) afirma que jamais votaria em Lula. Diante de um quadro assim, seria razoável que a oposição vivesse um momento áureo. Mas sucede o oposto. O Datafolha informa que Aécio Neves encolhe e Marina Silva não consegue crescer.
Alvo de quatro ações de cassação na Justiça Eleitoral, Dilma pode ter o mandato passado na lâmina. Se isso acontecer ainda neste ano de 2016, haverá nova eleição. Hoje, informa o Datafolha, Marina (21%), Aécio (19%) e Lula (17%) estão embolados nas três primeiras colocações. Em pesquisa realizada há 20 dias, Aécio ostentava 24%. Despencou cinco pontos. Marina ficou do mesmo tamanho.
Poder-se-ia repetir a velha cantilena segundo a qual a oposição não dispõe de projeto. Mas na verdade o problema é ainda mais grave. Em meio a um cenário de borrasca moral e desespero econômico, os antagonistas do governo não conseguem oferecer esperança.
Não é só: o grão-tucano Aécio, que esteve na bica de derrotar Dilma em 2014, prepara-se para escalar o monturo da Lava Jato na condição de investigado. O delator Delcídio Amaral acusou-o de receber verbas sujas desviadas da estatal elétrica Furnas, num caso mal investigado que se arrasta desde 2005. Aécio diz que a denúncia é “mentirosa” e “requentada.” A Procuradoria da República quer tirar a prova dos nove num inquérito.
Além da hipótese de cassação pela Justiça Eleitoral, Dilma corre o risco de ser impedida pelo Congresso. Nessa hipótese, assume o cargo o vice-presidente Michel Temer, também citado na delação de Delcídio como patrono da nomeação de um petrogatuno.
Pois bem, apenas 16% dos brasileiros acreditam na capacidade de Temer de entregar um governo ótimo ou bom. Na opinião de 35% dos entrevistados, um governo Temer seria ruim ou péssimo. A plateia tem fundadas razões para levar o pé atrás. Temer preside o PMDB, uma legenda que, entre outros azares, inclui o réu Eduardo Cunha é o investigado Renan Calheiros, alvo de meia dúzia de inquéritos no STF.
Ludibriada em 2014 pela marquetagem petista de João Santana, a plateia não parece disposta a fazer papel de boba novamente. Daí o receio de que Temer vire uma espécie de São Jorge que, enviado para salvar donzela, acaba se casando com o dragão.
O Brasil não é novato em matéria de impeachment. Já arrancou da Presidência Fernando Collor, o notório. Naquela ocasião, todos os partidos políticos com alguma relevância juntaram-se ao redor do então vice-presidente Itamar Franco —todos, salco o PT. Deu no Plano Real, que rendeu dois mandatos presidenciais a Fernando Henrique Carodoso.
Hoje, vista de longe, Brasília parece mais uma comédia mal escrita, sem direção, com atores fora de suas marcas, escalados às pressas para substituir o espetáculo anterior, que talvez saia de cartaz porque o público já não suporta o elenco que está em cena. A política nunca esteve tão por baixo.
O Rumo é Cunha. Depois, , o Herói Nacional, Moro como Presdidente, hehehe. Tou bem humorada. Bju
concord0
seguinte opinião se. ladrão não fica um meu irmáo
Primo eu sou da seguinte opinião (se gritar pega ladrão la no congresso não fica um meu irmão)
Concordo, Marcos, mas fica uma meia dúzia. Da Paraíba salva-Se pelo menos um e, incrível, petista
Incrível por que? Sou petista meu irmão, trabalhei no Serviço Público toda minha vida, assumi cargos de direção com micropoderes, claro, mas nunca roubei. Acho desrespeitoso este tratamento com os petistas. Vc tem amigos que não são petistas e são políticos. Todos virgens indeléveis.? Vc tem muitos amigos petitas. Todos ladrões? Por favor, mais civilidade política. Axé!!!
Comentário Lúcido, solução para nossos problemas passa pelo congresso
O futuro de qualquer governabilidade, Ivanildo. Botem o Guru da Justiça na Presidência e se não tivermos um Congresso decents, ele tbém não governará. A gente ( de todas as orientações político partidárias) peça por centrarvno Executivo, na eleição e cobrança. Tirem Dilma, matem o Lula e deixem os Cunhas e certamente vai ser muito triste. Congresso, sim. Congresso e Reforma Política.
Irmã de Gonzaga? Lembro-me da Sra. Parabéns pela lucidez do comentario.
Concordo! Não temos uma oposição confiável no Brasil, nos dias de hoje!