(Veja comentário no final)
Vivendo de forma simples no Bairro Sete Casas, em Patos, um grupo de 50 ciganos tem como patriarca o senhor Severino Cavalcante, 70 anos, mais conhecido por Biu Cavalcante ou mesmo Biu Cigano. A família procura manter as tradições culturais que foram sumindo ao longo dos tempos, mas, de acordo com Biu, a história deve ser preservada de geração para geração.
Na terça-feira, dia 24, foi comemorado o Dia Nacional do Cigano. A data foi instituída no dia 25 de maio de 2006, através de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de reconhecimento devido à contribuição da etnia cigana na formação da história e da identidade cultural brasileira.
Biu Cigano é semianalfabeto, no entanto, tem na história oral muitas informações sobre a vinda dos ciganos para o Brasil e para a região das Espinharas. Ele disse que a chegada dos ciganos na região de Patos se deu no ano de 1824 ao lado do revolucionário Frei Caneca. “Vieram dois grupos de ciganos. Um da Bahia, esses pegaram a região do Pernambuco e do Assú e subiram Rio Espinharas. Outro grupo de ciganos ficou aqui com meu bisavô, Simão Torres Cavalcante. Esses procuraram a proteção dos Dantas, que governava a cidade de Patos. O primeiro prefeito foi Constantino Costa de Góes”,relata Biu.
Perguntado o porquê de a família escolher o Bairro Sete Casas para morar, ele é direto: “Os ciganos são o seguinte: nós não se damos misturados. Nas cidades nós ficamos sempre separados, devido à família. O estilo da rua é um, o nosso é outro. Pra evitar muitos problemas. Criar família e bacurim tem que ter muito cuidado”, brinca.
Uma particularidade dos ciganos é a vida sadia. A alimentação é através de comida natural. O almoço acontece às 10 horas da manhã e o jantar às 4 da tarde. “A vida são duas fases: é a vida e a alegria”.
(Jozivan Antero – Patosonline.com)
Comentário do programa – Há muito que Severino me cobra uma revisão na história dos ciganos que ele está escrevendo. Alega que a família de meu pai é Torres e que seríamos descendentes de ciganos baianos. Severino é agente da polícia civil e foi colega de meu pai que era escrivão de polícia (LGLM)